Muitos cariocas estão amedrontados com o desabamento de um trecho de mais de 50 metros da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, pertinho de São Conrado, depois das 11 da manhã desta quinta-feira (21/04). Testemunhas contaram aos bombeiros no local que três pessoas passavam exatamente ali na hora do desabamento; outros falam num número maior; dois corpos já foram resgatados do mar.
A professora de Ioga Sushiila Leal, por exemplo, assistiu à parte da cena e viu um ônibus ser coberto por uma onda enorme: “Estou arrasada porque adoro pedalar, depois dar um mergulho. Uma ciclovia naquele ponto tinha de ser construída de uma maneira que resistisse ao mar e com proteção maior. Não sabiam disso?” A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano e custou R$45 milhões!
Ciclista, bem nervoso, que por pouco foi salvo, dizia: “E a ressaca derrubou a sólida ciclovia. Socorro”. Outra dizia: “Vai ver, a culpa é de Iemanjá, ou da violência do próprio mar”, em tom de revolta.
A empresária Patricia Meyer (diretora da Casa Cor), passou na hora: “A onda levantou a pista em dois vãos, e lá se foi a ciclovia. Sempre que passava por essas áreas, me questionava sobre a segurança, já que sou moradora de São Conrado há anos. Minha sensação é a pressa com que fazem as coisas. Essa ciclovia tem que ser interditada o quanto antes. Muita gente estava revoltada. Deus nos salve, estou abismada”.
O bodyboarder Fábio Aquino tinha já passado pela pista e estava na Zona Sul quando foi avisado por amigos do acidente. Voltou então para a ciclovia e gravou o vídeo abaixo. “Pego muita onda em São Conrado e, embora não seja arquiteto ou engenheiro, sabia que isso estava para acontecer. No Costão da Niemeyer o mar fica de ressaca com frequência, mas parece que nada foi levado em conta. A ciclovia foi colocada sobre os pilares como se fosse um encaixe, um Lego, não foi chumbada. O mar bateu e ela se levantou e caiu”, conclui.
A Avenida Avenida Niemeyer está interditada.