Arnaldo Niskier – o acadêmico, jornalista e escritor – é também letrista de MPB, com várias trilhas sonoras de musicais infantis no currículo, muitas parcerias com Tom da Bahia (o Tom, da dupla Tom e Dito) e até a versão de “Something”, de George Harrisson, que se tornou “Desejo” e foi gravada por Via Negromonte. Ele acaba de somar mais uma às mais de 50 composições que já fez: com o sambista Noca da Portela, assina o samba “Exaltação ao Rio de Janeiro”, que vai entrar no CD de Noca, “Homenagens”, com lançamento marcado para maio.
“Ficou um samba bonito, só falamos das coisas boas do Rio, da beleza natural, da cidade que é a capital do amor”, diz Noca. Na Academia Brasileira de Letras, só outro imortal se arriscou na música popular: Ferreira Gullar, que é autor da letra do “Trenzinho do Caipirinha”, de Villa-Lobos.
Niskier admite que fez a música como uma “fuga” diante das dificuldades atuais do país: “A gente tem que recorrer à música para se distrair. Se bem que estar jururu, no momento, é bem compreensível”, conclui.