Já existem quatro fundos imobiliários interessados na compra, por R$ 18 milhões, das seis casas que formam o conjunto principal do Largo do Boticário, assegura Claudio Castro, um dos donos da Sergio Castro Imóveis.
Sybil Bittencourt, proprietária do casario, assinou com a imobiliária uma opção exclusiva de venda, que passou a valer legalmente a partir desta segunda-feira (28/03). Há anos vêm sendo anunciadas várias tentativas de vendas, que sempre fracassam no último instante. Ocupando uma área de quase 4 mil m², os sobrados são tombados interna e externamente e não podem ser demolidos.
O prefeito Eduardo Paes queria desapropriar as casas, mas faltou dinheiro, segundo consta. Claudio imagina que o comprador vai, futuramente, alugar os espaços reformados para um polo gastronômico e cultural. “A Prefeitura já se mostrou disposta a flexibilizar o uso da região para o comércio se o projeto apresentado tiver um grande potencial de lazer e turismo”, continua. O terreno do terminal de ônibus no Cosme Velho, próximo ao Largo, que está sendo desativado pela Prefeitura, poderia vir a ser negociado, também, como uma concessão para estacionamento e espaço para algumas lojas.
Construídas na década de 20 com material de demolição da Praça XI, as casas possuíam afrescos, gradis, portas e luminárias que davam a elas um estilo neocolonial – palco de muitas festas acontecidas na cidade carioca.
Sybil Bittencourt, filha dos donos do jornal Correio da Manhã, Silvia e Paulo Bittencourt, só tem como herdeira uma neta, que mora no exterior. Ainda hoje, apesar da decadência arquitetônica do casario, o Largo do Boticário recebe uma média de 200 visitantes por dia.