Há oito anos na presidência da Riotur, o secretário especial de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, se despede este ano eleitoral do cargo como se estivesse estreando na função. Assim como é fácil encontrar o prefeito Eduardo Paes nas principais festas públicas do Rio, Antonio Pedro está sempre nos grandes eventos, vistoriando e vibrando com os bons resultados.
É casado com Patrícia e pai de Joaquim, de seis anos, Matheus, de três, e de Felipe, que nasceu ano passado. Em dezembro, o secretário lançou uma nova plataforma de comunicação, o Visit.Rio, que concentra num só endereço digital todas as informações sobre a cidade para turistas estrangeiros e nacionais – e até mesmo para os moradores do Rio. Depois do prefeito Eduardo Paes, ele é certamente, na estrutura municipal, o mais empolgado com o carnaval e as Olimpíadas.
Secretário, com a crise que se abateu sobre todos os setores no Rio e no país, você não teme pela qualidade do espetáculo? Há responsáveis por alas reclamando de fantasias ainda não vendidas…
“O espetáculo vai continuar de grande qualidade. O carnaval é responsável por uma grande chegada de turistas ao Rio, assim como uma grande circulação financeira durante os dias de folia. Esperamos receber mais de um milhão de turistas apenas em transatlânticos – serão 11 durante o período de Momo, um recorde na cidade”.
E quando reclamam por causa dos blocos, qual o seu sentimento?
“Bloco é que nem feira, todo mundo gosta, mas não quer na frente de casa. Não sou eu quem boto bloco na rua, eles já estão aí há muito tempo. O que a Prefeitura faz é arrumar a cidade”.
A menor presença de investimento de empresas no carnaval não favorece a volta do dinheiro do jogo do bicho ou de recursos de origens menos lícitas?
“O carnaval é o principal evento do país, um momento de fortalecimento de nossa economia mesmo na crise. Um produto fortemente reconhecido e que, sem dúvida nenhuma, merece um aporte de recursos públicos e privados. Exatamente para que as escolas de samba não recorram a qualquer tipo de verba ilícita”.
Existe alguma novidade em luz e som para o Sambódromo?
“A grande novidade em cada carnaval é sempre o espetáculo que as escolas de samba preparam a cada ano. Este ano preparamos uma surpresa olímpica para dar abertura a cada dia de desfiles”.
Pouca gente sabe que a Prefeitura distribuiu 300 ingressos para deficientes. Este ano, vai ter até um narrador que fará audiodescrição para deficientes visuais. Poderia falar um pouco sobre isso?
“Todos os anos nós fazemos esta distribuição gratuita através da Secretaria da Pessoa com deficiência. Este ano, inovamos. E colocamos a autodescrição. Assim, o deficiente visual poderá entender um pouco mais do que se passa na avenida e, sem dúvida, poderá sentir ainda mais a emoção de estar na Marquês de Sapucaí.
Qual é a área da cidade que você recomendaria como a que tem um bom carnaval de rua?
“A grande virtude do carnaval carioca é ser uma festa popular e democrática sem abadás ou corda, onde a rua é do povo. Recomendo que os foliões aproveitem a cidade e entrem no bloco que estiver mais próximo de casa. Esta é a magia do nosso carnaval.”
Em dezembro é a sua despedida da Secretaria, o que deixa de principal para o Rio e o que gostaria de deixar ainda?
“Me sinto realizado! Quando tá todo mundo curtindo, eu tô trabalhando, réveillon, carnaval, Rock in Rio. Pra você ter uma ideia, quando acaba o desfile das campeãs, tô chegando ao Monobloco. Se você pensar, não teve nenhum secretario de turismo tanto tempo, estou há oito anos. O que fica é a competência do nosso trabalho”.