Diversas situações fizeram com que a designer e jornalista Lynn Court resolvesse ir às ruas para ajudar mulheres vítimas de violência (física ou verbal). A primeira foi quando viu uma cantada machista a uma moça que descia de um ônibus. Outra, foi o projeto do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que dificulta ainda mais a realização de aborto nas mulheres vítimas de estupro – Cunha quer que a mulher comprove, por exames, que realmente sofreu abuso sexual.
Lynn ainda pensou em fazer grafites, mas tinha pressa em atingir o maior número possível de pessoas com uma mensagem. Foi então que, para o projeto “Só a mulher sabe a dor que é” decidiu fazer fotos dela mesma e aplicá-las em postes e paredes pela cidade. Há um mês, Lynn já conseguiu divulgar a campanha, que ela está bancando do próprio bolso, no Jardim Botânico, Leblon e Gávea.
“A vulnerabilidade está tão presente no dia a dia que as mulheres têm medo de se vestirem do jeito que querem, muitas vezes, até quando estamos com trajes menos insinuantes. É vergonhoso esse sentimento de termos medo de entrar num ônibus, pegar um metrô ou até um táxi”, conta Lynn, que já está em contato com produtoras para fazer um documentário sobre o assunto.