No final do bosque de Boulogne, em Paris, um endereço supersofisticado da Avenue du Mahatma Gandhi, surge uma construção arrojadérrima do arquiteto Frank O’Ghery. Um lindo conjunto arquitetônico que muda de cor e de forma a cada ângulo. É uma construção poético-romântica forte e, ao mesmo tempo, agressiva, um impacto ao olhar de beleza transparente e luminosa… Amei! Além do olhar sustentável e do grande uso da madeira, o que mais me encanta é o espírito francês da erudição. Eles, os franceses, não têm medo de novas culturas e de olhares estrangeiros sobre a sua linda cidade.
Frank O’Gehry é americano e nem por isso os franceses, ou mesmo os arquitetos franceses, sentiram-se, de alguma forma, renegados por isso. Ter arquitetos estrangeiros intervindo com novos olhares em uma cidade, em oposição ao que alguns possam pensar, acrescenta muito, e não tira mérito de nenhum profissional local – ao contrário, melhora e aumenta o interesse pela cidade, além de trazer a incrível erudição.
Sem o conhecimento de novas culturas e, consequentemente, sem erudição, não existe evolução cultural.
Viva o olhar estrangeiro! Vivam os franceses e seu arrojamento e generosidade com a sua cidade tão especial.