Família, costumam dizer, só é bom no porta-retratos. É sempre conflito, briga, disputa daquilo que é o mais importante: afeto e dinheiro. Os inevitáveis encontros festivos, de data marcada, chegam quase a um pesadelo. Os pequenos diálogos, pura alfinetada. Família Lyons, texto inédito de Nick Silver, com direção de Marcos Caruso, é o retrato fiel do que é viver nesse quadro abafado.
Família Lyons traz os atores Suzana Faini (Rita, a mãe), Emilio Orciollo Netto (Curtis, o filho), Zulma Mercadante (Lisa, a filha), Pedro Osório (o namorado imaginário), Rose Lima (a enfermeira) e Rogério Fróes (Ben, o pai) encenando o eterno balé de desencontros à beira do permanente leito de morte, que é o relacionamento familiar.
“Estamos fazendo um espetáculo sobre o amor e a impossibilidade de externar esse amor. Como uma família não deve ser. Através da impossibilidade de afeto, a gente mostra como seria essa família se não tivesse tantos problemas”, explica o diretor Marcos Caruso.
É a conversa que começa leve, solidária, vai em um crescendo. Humor ácido, pequenas referências, indiretas vão se transformando em revelações, ofensas, agressão. Cada qual procura uma saída: a morte, paixões fantasiadas, drogas, amores pagos, submissão. O importante é ser o rei da selva – matar outro para sobreviver. Assim é a família Lyons. Assim acontece nas melhores famílias.
Serviço:
Teatro Gláucio Gil
Sábado, domingo e segunda às 20h