O guitarrista Dado Villa-Lobos, mesmo sendo artista, não-careta, vai fazer 50 anos em junho, com essa cara de criança? Ou será que a Ioga contribui? Ele é praticante de Iyengar. Tudo é mesmo possível. Eduardo Dutra Villa-Lobos, nascido na Bélgica, filho de diplomata e sobrinho-neto do compositor Heitor Villa-Lobos, segue na carreira solo, depois de ter feito parte da Legião Urbana, uma das maiores bandas do rock nacional, encerrada há 19 anos, com a morte de Renato Russo, mas ainda muito viva na memória dos fãs.
Produtor dos três últimos discos da Legião, lançou e produziu vários artistas da geração 90 e 2000 na sua empresa, Rockit!. Incursionou pela área das trilhas de cinema, tendo assinado as músicas dos filmes “O Homem do Ano”, “Bufo & Spallanzani” e “Pro Dia Nascer Feliz” – com essa última, ganhou o Kikito de melhor trilha sonora no Festival de Gramado de 2006. Dado já está na segunda temporada do programa “Estúdio do Dado”, de entrevistas e músicas tocadas com seus convidados, no canal Bis!. É casado há trinta anos com a designer Fernanda Villa-Lobos, que criava as capas da Legião e quem assina a capa do livro de Dado, “Memórias de um Legionário”, lançado há pouco mais de um mês. O casal, bastante discreto, tem dois filhos, Nicolau e Miranda. Ao ser chamado para a entrevista, avisa: “Sou quase lacônico, mas com um mínimo de humor!”. Leia:
UMA LOUCURA: “Subir num palco, a melhor de todas, e a minha banda Legião Urbana, uma loucura em todos os sentidos. Brasília, 1982, bem louco….Sempre lembro, como disse no livro, horas depois de o Renato (Russo) morrer: um de nós da banda encontrou uma pedra de maconha na gaveta da escrivaninha e fizemos bom uso dela.”
UMA ROUBADA: “Foram várias: mobylettes e motos em geral, roubadas na adolescência.”
UMA IDEIA FIXA: “Tocar meu instrumento sempre que possível.”
UM PORRE: “O trânsito é um porre homérico.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Não consigo baixar meu tempo de subida da Mesa do Imperador abaixo de 25 minutos.”
UM APAGÃO: “Aquele do ano passado: apagaram metade do Brasil no meio da noite.”
UMA SÍNDROME: “Tenho a síndrome de Luís XIV: poder e luxo.”
UM MEDO: “Medo do boi da cara preta que pega as crianças com medo de careta.”
UM DEFEITO: “Chuto muito mal com a esquerda.”
UM DESPRAZER: “Desprazer é a estupidez humana.”
UM INSUCESSO: “Perder no xadrez sempre para meu parceiro Estevão Ciavatta.”
UM IMPULSO: “Impulsos eletromagnéticos.”
UMA PARANOIA: “Paranoid, Black Sabbath.”