Viagem. Easy Rider. On the road. Drogas. Desbunde. Palavras que eram quase que uma bíblia pra os jovens dos anos sessenta. Nascidos onde fosse, de qualquer credo, o mundo da paz e da flor, da vida em comunidade, do sexo livre, as trilhas sonoras de todos os sons, assim era a vida. E foi dessa vida de dois jovens talentosos dramaturgos, José Vicente (1945-2007) e Antonio Bivar, que Cesar Augusto, da Cia. dos Atores, inspirou-se para construir o projeto “Próxima Parada”.
Um grupo de jovens atores, colaboradores e interventores dessa dramaturgia, composto por André Rosa, Breno Motta, Dani Cavanellas, Danilo Rosa, Felipe Frazão, Flavia Coutinho, Haroldo Costa Ferrari, Rômulo Chindelar, Sarah Lessa e Victor Albuquerque, faz da peça praticamente um ‘happening’. São vozões sonantes e dissonantes, ao mesmo tempo que reproduzem os ups e os downs de um mundo em mudança radical.
E o grupo, aqui em uníssono, manda o seguinte manifesto: “No ano em que o Brasil comemora 30 anos do fim do regime militar, o ineditismo do projeto “Próxima Parada” vem do foco no percurso de ambos os autores e de personagens de suas obras, entrelaçando histórias reais e ficcionais, dados históricos e políticos, e depoimentos recolhidos através das cartas que José Vicente e Antonio Bivar trocaram ao longo de anos de amizade e de viagens feitas pela Europa e América Latina, atingindo a dramaturgia, a interpretação, a cenografia e demais elementos cênicos.”
O espetáculo é leve, documental e traz o espírito livre que se anunciava aí. Faz uma certa biografia de José Vicente e Antonio Bivar. A inquietação do primeiro, o humor ácido do segundo e o frescor do grupo nos fazem ter a certeza de que o poder ainda é jovem.
Serviço
Teatro Glaucio Gil
Sexta a segunda, às 20h