Kadu Niemeyer, o fotógrafo neto de Oscar Niemeyer que virou taxista – conforme noticiou, nesta sexta-feira (09/01), o jornalista Ancelmo Gois –, sofreu ao escolher a nova profissão, há oito meses: “Cheguei a chorar, a profissão não é das mais bem vistas. Os taxistas não são respeitados nem pelo Governo, nem pela população; numa hora dessas é que dimensiono a falta que meu avô me faz.” Com uma tatuagem grande com o sobrenome Niemeyer no braço, Kadu ainda está vivendo o luto pela morte do avô, que morreu em dezembro de 2012, e cujo inventário ainda não foi aberto.
Ele trabalhava com o arquiteto e era o neto mais ligado ao avô, dito por amigos da família. Pai de quatro filhos – um tem o nome de Oscar – e com a mulher, que é comerciante, desempregada, Kadu teve que procurar outra atividade, que não a de fotógrafo, para sustentar a família. “Niemeyer foi o homem que me ensinou tudo na vida”, afirma. Seu avô, com quem morou em Paris, foi até mesmo o responsável pela sua iniciação sexual, pagando uma mulher para ele, em Brasília.
O taxista, de 60 anos, filho da ex-galerista Anna Maria Niemeyer, pode mesmo ser chamado de “boa praça” – no último réveillon, levou os colegas que fazem ponto com ele na Praça Santos Dumont, na Gávea, para a cobertura na Avenida Atlântica, escritório usado por Oscar Niemeyer até o fim da vida. Não precisa dizer que é queridíssimo por todos.