Adriana Falcão, a carioca que se mudou para Recife aos 11 anos de idade e só voltou a morar no Rio aos 35 anos, é uma escritora que não transmite a mínima pretensão de ser intelectualoide.
Logo no seu segundo livro, o infantil “Mania de Explicação”, foi indicada ao Jabuti e premiada pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Mas foi escrevendo roteiros para a TV e o cinema que encontrou a melhor maneira de expressar sua personalidade bastante sentimental e inacreditavelmente longe de qualquer pieguice.
Sem nenhum pudor, ela constrói frases como “beijo é um carimbo que serve para mostrar que a gente gosta daquilo” ou “indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa” e também episódios para as séries “A Comédia da Vida Privada”, “Brasil Legal”, “A grande família” e roteiros para filmes como “O Auto da Compadecida”, “Se eu fosse você” ( 1 e 2) e “A Mulher Invisível”. Já foi casada duas vezes; a última, com o diretor João Falcão, e tem três filhas – a mais conhecida, a atriz, compositora e cantora Clarice Falcão. Adriana acaba de lançar seu 17º livro, “Queria ver você feliz” (Editora Intrínseca), onde conta a história dos seus pais. Formada em Arquitetura, nunca exerceu a profissão – segue a vida com leveza e parece ter como lema o título de seu livro de 2009, “A arte de virar a página”.
UMA LOUCURA: “Falo duas loucuras – para o bem e para o mal. A primeira, Gene Kelly dançando na chuva. Eu assistiria a essa cena todos os dias da minha vida. A segunda, os candidatos ao governo do Rio.”
UMA ROUBADA: “Roubada é o voto ser obrigatório, com esses candidatos. E outra roubada, gente que ouve música no carro aos berros.”
UMA IDEIA FIXA: “”E se eu ficar louca daqui a pouco?”‘ e uma casa no campo.”
UM PORRE: “Porre bom, o que abre o coração e aquele que precede um beijo.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Não tocar acordeon.”
UM APAGÃO: “Mergulhar num livro e largar a vida real.”
UMA SÍNDROME: “A síndrome de desentortar os quadros das paredes.”
UM MEDO: “Medo imediato do próximo governador do Rio. O outro é o de perder as pessoas que eu amo.”
UM DEFEITO: “Falar muito.”
UM DESPRAZER: “Acordar cedo é um desprazer.”
UM INSUCESSO: “Nunca ter assistido a um show dos Rollings Stones e não ter tido oito filhos.”
UM IMPULSO: “O impulso de escrever o tempo todo.”
UMA PARANOIA: “A paranoia de ver as minhas filhas tristes.”