Os viciados em redes sociais pensam que todo mundo é assim. De jeito nenhum! Existem os desiguais. E as diferenças não são por idade, sexo, nível social: simplesmente, não suportam ou não conhecem Facebook, Instagram, Twitter etc. Recentemente, quando a escritora americana Donna Tartt disse, durante divulgação do seu livro “O pintassilgo” (há 40 semanas na lista de mais vendidos do “New York Times”), que não sabe o que é WhatsApp, muita gente não acreditou. Mas por que todos têm que ceder a esse vício, para muitos, piores do que algumas drogas? Há pouco tempo, num almoço, ao comentar que o “Insta” tomou o lugar do pó nas festas, amiga da coluna concordou e disse: “Mas faz menos mal, não faz?”
Pedrinho de Noronha, guia turístico, como a romancista, ignora o que é Instagram ou WhatsApp; o cirugião plástico Paulo Müller não sabe nem ligar um computador (as secretárias imprimem tudo); a empresária Laja Zylberman, sócia da Sara Joias, é exatamente igual ao cirurgião; já o advogado Zé Thomaz Nabuco, que tanto os amigos quanto as muitas gerações da família são frequentadores de todas as redes, nunca teve uma página no Facebook ou Twitter. Esses são apenas alguns exemplos desses que vivem fora desse mundo superficial e fascinante, fútil e necessário, exibicionista e vibrante, sedutor e desgastante.