![Nem Mesmo Todo o Oceano - foto © Juliana Hilal - 043](https://lulacerda.ig.com.br/wp-content/uploads/2014/08/Nem-Mesmo-Todo-o-Oceano-foto-©-Juliana-Hilal-0432.jpg)
Dizem que o tempo é o senhor da razão. Que o tempo tudo apaga, condensa, afasta. Mas, às vezes, não. “Nem Mesmo Todo o Oceano”, adaptação e direção de Inez Viana e interpretada pela Cia OmondÉ, mostra como os caminhos da memória e do afeto podem ser sinuosos, dar voltas, mas que são fortes quando os fatos são graves.
“Nem Mesmo Todo o Oceano”, adaptação teatral do romance homônimo de Alcione Araújo, é um relato dos instantes que antecederam o golpe militar e os primeiros momentos da repressão, desvelando os “porões” da ditadura a partir do relato ficcional de um jovem médico legista do DOI-CODI. Mistura a ambição pessoal do personagem que causa seus descaminhos com os fatos históricos que provocaram tantas fissuras na sociedade brasileira.
“Em 2014, serão lembrados os 50 anos da ditadura”, disse-me Alcione Araújo, no nosso último encontro (em 2012), sobre a minha adaptação para o teatro de seu romance “Nem Mesmo Todo o Oceano”, de 794 páginas. Não havia me dado conta. Mas a conta era fato. 1964…2014. Enquanto a Comissão da Verdade tenta apurar fatos, até então obscuros, dos anos de chumbo, tive a certeza: é chegado o momento de vir à tona essa história que me persegue e me fascina há 13 anos e que, desde o primeiro momento que a li, sabia que um dia teria que montá-la.”
Os episódios são dolorosos, mas a opção pela narração em forma de thriller faz com que a atenção da plateia aumente. Esse aumento da tensão é o suficiente para que tenhamos os dois movimentos: ver o presente e procurar “adivinhar” o que vem em seguida e, ao mesmo tempo, refletir que, quando os fatos são graves, os homens, como os elefantes, não esquecem.
![Nem Mesmo Todo o Oceano - foto © Carlos Cabera - 004](https://lulacerda.ig.com.br/wp-content/uploads/2014/08/Nem-Mesmo-Todo-o-Oceano-foto-©-Carlos-Cabera-0043-300x196.jpg)
Serviço:
Teatro Alcione Araújo – Biblioteca Parque Estadual
Sábados e domingos, às 18h.
Entrada Franca – Distribuição de senhas uma hora antes