Os estados da alma variam do calor, do frio, do arrepio, do suor, da sensação de desmaio. Uma febre que nos persegue quando queremos muito algo. Quando se é criança, na véspera do aniversário. Os 39ºC salvadores em dia de prova que não estudamos. Mas, ficamos febris, sobretudo, quando as paixões nos tomam o corpo, o coração e a alma. Assim é “Febril”, o novo espetáculo da Cia em Obra, baseado na novela O Idiota, de Fiódor Dostoiévski.
Uma obra que interage com a plateia contando o drama do século 19, mas com uma pegada atual. Uma banda que toca ao vivo e uma instalação cênica dão um tom contemporâneo a nomes e conflitos que nos soam, de primeira, distantes e estranhos. O grupo de atores, capitaneado por João Lucas Romero (Príncipe Míchkin – O idiota), desenvolve quase que uma quadrilha onde personagens masculinos e femininos trocam de pares e de amores.
“A montagem de textos de Fiódor Dostoiévski apresenta um dos mais instigantes desafios para atores e diretores, pois a dimensão vacilante e multifacetada de seus personagens exercita nos intérpretes a compreensão ampla e complexa do ser humano”, diz o diretor Pedro Emanuel, também responsável pela adaptação do texto.
Fragmentos de uma história, narrada em flash-back, Febril aponta para as necessidades que o homem tem de lidar com o poder, morte, cupidez, amor sincero, parentes com laço, amigos/inimigos. O calor está presente no texto, nas atitudes, nos encontros e desencontros. E a temperatura pode crescer tanto que está lá um verdadeiro bombeiro de plantão. Para a cena em que tem fogo e para uma encenação que mostra que a temperatura também acompanha os sentimentos.
Serviço:
Centro Cultural da Justiça Federal
Quinta a domingo, às 19h