Tampinhas de garrafa, selos, latinhas de refrigerante, quadrinhos, conchas, fotos, chaves, figurinhas, pedras… Quando criança, Paulinho Moska gostava de colecionar coisas de todos os tipos. Queria experimentar tudo o que fosse bonito e instigante, e continuou assim na sua vida adulta e profissional. Esse carioca irrequieto, hoje morador do Jardim Botânico, começou no grupo vocal Garganta Profunda, de onde pulou para sua maior experiência pop: o Inimigos do Rei, banda dos hits “Uma Barata Chamada Kafka” e “Adelaide”.
Antes, já havia estudado teatro na CAL – sim, Moska também é ator de teatro e cinema, com atuações nos filmes “Um Trem para as Estrelas”, de Cacá Diegues, “Kuarup”, de Ruy Guerra e, o último, “Minutos Atrás”, de Caio Sóh, onde faz o papel de um… cavalo (!).
Com 20 anos de carreira na música, emplacou 13 temas em trilhas da TV Globo e se tornou requisitado por vozes diversas, como a de Marina Lima, que gravou “Admito que Perdi”, Maria Bethânia (“Saudade”) e muitos outros.
Já indo para sua nona temporada, em julho, o programa “Zoombido”, no Canal Brasil, é onde Moska exerce o talento de entrevistador, de modo incomum, como tudo que faz: suas perguntas nunca aparecem para o espectador. Foi nessa atividade que também surgiu uma nova faceta de Moska, a de fotógrafo – os 210 convidados tiveram seus retratos distorcidos reunidos numa exposição.
Para quem acha que construiu sua carreira de maneira discreta, sem um sucesso tão retumbante, Moska tem mais um feito a colecionar no próximo carnaval: sua música “Último Dia” será a inspiração para o enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, agora sob o comando do campeão Paulo Barros. Leia a entrevista:
UMA LOUCURA: “Sou um colecionador de coisas inúteis.”
UMA ROUBADA: “Uma vez roubei algo que já era meu…mas depois devolvi.”
UMA IDEIA FIXA: “A ideia que mais se fixou na minha cabeça foi a de que nada é totalmente fixo.”
UM PORRE: “Quanto menos bebo parece que o porre só aumenta.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Deixei de me frustrar quando troquei a palavra “objetivo” por “motivo”.”
UM APAGÃO: “Não me lembro nada dos futuros que desenhei no passado.”
UMA SÍNDROME: “Meu coração é invertido, o que causa um descompasso perigoso.”
UM MEDO: “Tenho medo de viver com medo da morte…diminuindo minha capacidade de produzir vida.”
UM DEFEITO: “Antigos defeitos podem se tornar novas qualidades, é só perceber que eles também são caminhos.”
UM DESPRAZER: “Um dia acordei só…depois acordei mais só ainda. Uma desalegria.”
UM INSUCESSO: “Não ter feito muito sucesso foi o grande mérito da construção da minha carreira.”
UM IMPULSO: “Continuar olhando mesmo quando estou de olhos fechados.”
UMA PARANOIA: “Sinto que tem alguém sempre me perseguindo…e acho que esse alguém sou eu.”