Um dos maiores arquitetos, de todos os tempos no Rio, que assinou o Pavilhão de São Cristóvão, os postos de salvamento da orla nas praias cariocas e o Hotel Tambaú, na Paraíba, entre inúmeras obras importantes, Sérgio Bernardes, morto em 2002, aos 82 anos, era também urbanista, designer, escritor, poeta e inventor, mas, sobretudo, um humanista. Para divulgar a história de um dos maiores arquitetos brasileiros, o neto e também arquiteto Thiago Bernardes chamou os diretores Gustavo Gama Rodrigues e Paulo de Barros e entregou a eles o argumento do documentário “Bernardes”, que estreia nesta terça, na Mostra Competitiva do 19º Festival É Tudo Verdade, no Espaço Itaú de Cinema Botafogo, às 21h.
O filme também aborda o desaparecimento do nome de Bernardes dos currículos das faculdades de arquitetura, em consequência de uma falsa ideia, segundo Thiago, de que o avô teria um envolvimento ideológico com o governo militar. Os netos Pedro Bernardes, músico, e Mana Bernardes, designer, dão seus depoimentos no documentário. Segundo o arquiteto Márcio Rebello, Bernardes foi um jovem por quem todas as cariocas entre 15 e 25 anos, à época, foram apaixonadas. Relacionava-se muito bem: de Tom Jobim a Le Corbusier, de Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi aos Kennedy. Ele provocava os alunos com frases do tipo “Eu invento meu mundo… e cada um de vocês deve inventar o seu”.