Como todo o Brasil, os moradores da Rua Peri, no Jardim Botânico, estão chocados com a morte de José Wilker, na manhã deste sábado (05/04), aos 66 anos. O ator não estava em casa quando morreu, o que aconteceu em Ipanema, em companhia da namorada, a jornalista Claudia Montenegro.
Wilker, que subiu a Rua Peri nessa sexta-feira (04/05), a pé, de papo com uma amiga, tinha reunião às 18h deste sábado na casa de José Zobaran, para tratar de assuntos da vizinhança (esse endereço é quase como um condomínio fechado, muito valorizado no Rio). Vez por outra ele, costumava participar. “Para nós, aqui, Wilker sempre foi discreto, na dele, todo mundo gostava do seu jeito”, comenta vizinha, que não quer o nome publicado.
A vida inteira dedicou-se à interpretação, protagonizando novelas como “Roque Santeiro” e “Senhora do destino”, como o inesquecível bicheiro Giovanni Improtta. Suas últimas participações na TV foram recentes: em 2013, em “Amor à vida”, de Walcyr Carrasco, no papel do médico Herbert. Em 2012, como o coronel Jesuíno no remake de “Gabriela”, baseada no livro “Gabriela Cravo e Canela”, de Jorge Amado.
Em 1970, depois de ganhar o prêmio Molière de Melhor Ator pela peça “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, foi convidado pelo escritor Dias Gomes o para o elenco de “Bandeira 2” (1971), sua primeira novela. E nunca mais parou.
Apaixonado por cinema, fez filmes como “Bye Bye, Brasil” e “Dona Flor e seus dois maridos”; minisséries como “Anos Rebeldes” (1992), “Agosto” (1993), “A Muralha”, e JK. Foi também comentarista da cerimônia do Oscar durante vários anos.
É um ator talentoso e inteligente que vai embora.