Desde sempre, já se sabe da enorme emoção do reencontro; ainda mais, quando os encontros anteriores sempre foram plenos de emoção. Azul Resplendor comemora os 60 anos de carreira de Eva Wilma, uma das mais completas atrizes brasileiras. Revê-la em cena é mais do que relembrar todos os seus personagens: é recordar como uma grande atriz sempre com atuações impecáveis pode hipnotizar as plateias.
A história escrita pelo novelista peruano Eduardo Adriazen, em 2005, é uma homenagem aos autores, a todo tipo de gente de teatro e, sobretudo, às paixões das plateias. Tito Tápia (Renato Borghi), um ator medíocre, recebe 1 milhão de herança da mãe e resolve realizar seu grande sonho: escrever uma peça encenada por Blanca Estela (Eva Wilma), a maior atriz de todos os tempos e sua secreta paixão. Resolve montar um superespetáculo, com a direção do premiadíssimo diretor Antônio Balaguer (Dalton Vigh). O que era para ser uma homenagem tradicionalíssima vira, nas mãos do diretor, um espetáculo de vanguarda.
“Adrianzén transmite com graça e extrema agudeza os conflitos que se desenrolam no competitivo universo dos atores. Em uma época de culto às celebridades, AzulResplendor trata de maneira crítica e bem-humorada o ávido interesse que o público tem dedicado à vida privada dos artistas”, diz Borghi, que dirige e atua.
Como em qualquer homenagem ao teatro, Azul Resplendor discute o principal ponto de toda e qualquer encenação: como fica o ator. A concepção é o mais importante, o texto é o que vale a pena. Tanto Adrianzén quanto Renato Borghi fazem uma clara opção: todas as cores, fortes, fracas, pálidas, todos os matizes vêm da voz e do corpo dos atores. E, com isso, homenageiam a grande carreira de Eva Wilma e também suas plateias.
SERVIÇO
Teatro SESC Ginástico (Centro)
Quarta a Domingo, às 19h