O direito de publicação de biografias não autorizadas, que virou grande polêmica no País inteiro nos últimos dias, recebeu a opinião de Gerald Thomas, que pergunta: “Alguém tem a capacidade de ler biografias? Artista tem um pé na lama e outro na merda, esse é um pré-requisito do artista e, sendo assim, o que há de tão privado? Nada! A reposta é Nada. Um artista é um objeto público!”
O diretor de teatro continua, em tom de brincadeira: “Cabral não descobriu o Brasil; quem descobriu o Brasil foi a Paula Lavigne”. Toda essa discussão começou quando Paula passou a liderar a associação Procure Saber, que teve a adesão de nomes como Roberto Carlos, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Djavan, Erasmo Carlos e, finalmente, Chico Buarque. O grupo defende a exigência de autorização prévia. Gerald Thomas rebate: “O problema do qual ninguém toca é o analfabetismo”.
Segundo o artigo 20 do Código Civil, é preciso ter a autorização do biografado ou de seus parentes, caso ele já tenha morrido. Corre no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação proposta pela Associação Nacional de Editores de Livro (Anef), prevendo a publicação sem autorização do biografado, coerente com a liberdade de expressão garantida constitucionalmente. A iniciativa dos editores partiu depois que, por uma decisão judicial, todos os exemplares de “Roberto Carlos em Detalhes”, livro de Paulo Cesar Araújo em 2006, tiveram que ser recolhidos a pedido do cantor.