Octávio Guinle, fundador do Copacabana Palace, em 1923, lá no céu (supõe-se), aprovaria com louvor a festa de 90 anos do mais tradicional hotel do Rio, nessa quarta-feira (04/09). Além dos muitos, enormes e espetaculares lustres de cristal, do desfile de gente conhecida, do show de Cláudio Botelho (durou 20 minutos, o ideal numa ocasião dessas), da perfeita organização de Roberto Cohen, pode-se dizer que foi um absoluto festival de sabores: a diretora do hotel, Andrea Natal, contratou alguns chefs estrangeiros, entre eles, Jorge Gonzalez, do Ritz Madri, para mostrar muito bem que, em algumas situações, o segundo prazer desta vida (a mesa) pode até ser o primeiro.
Andrea, num modelão Patricia Viera, tinha um ar de satisfação no olhar com o que via em volta de si.
As salas de estar montadas na varanda foram outro ponto alto: lugar ideal para uma descansadinha, com deliciosas conversas ao pé do ouvido (o melhor da festa), sempre sobre quem passa ali na frente, o figurino, o último romance, o casal desgastado que não separa pra não dividir a herança, as falências, as joias, a falta de noção, ou seja, a vida alheia, porque sobre a sua já estão falando na mesa ao lado, óbvio! Ainda mais, depois 400 garrafas de Veuve Clicquot e mais de centenas de vinhos, vodca e uísque, é aí mesmo que o povo solta a língua, digamos assim! A certa altura, havia até quem jurasse ver estrelinhas em noite nublada sob o toldo montado para a festa, enquanto a chuva caía na cidade, o que não comprometeu a lista de presença, de jeito nenhum – até dava a impressão de ter mais de 800 convidados.
Era tão lotado que pessoas, como a franco-brasileira Bethy Lagardère, foram embora mais cedo, mesmo caso de Ivo Pitanguy – aliás, o cirurgião é um dos personagens cuja vida é entrelaçada com a história do Copa, como outros tantos. Quem não tem uma bom momento passado ali? Não precisa dizer que os melhores são impublicáveis – pelo bem de todos!
Várias gerações têm verdadeiros laços de amor com o meu, o seu, o nosso Copa, como Narcisa Tamborindeguy, que pode ser um exemplo: foi naquela piscina, a mais azul entre todas, que aprendeu a nadar ainda criança, sempre recebida com o carinho de Jorginho Guinle, com seus sapatos masculinos de salto um pouco mais alto que os dos outros homens.
Veja na Galeria de fotos uns poucos dos muitos que passaram pela festa, tendo ou não a ver com os bastidores, através da seleção de Paulo Jabur, fotógrafo oficial dos grandes momentos do Copacabana Palace. O Copa vai existir por muitos anos; afinal, tantos já circularam pelos seus famosos quartos (não peçam pra citar Santos Dumont, Ava Gardner, beltrano ou sicrano), sempre com elogios (sem favores) ao mais lindo hotel do Brasil.