Duas histórias passadas no Rio de Janeiro. Dois grupos teatrais de carreira sólida. Um ponto une a encenação de Maravilhoso pelo grupo Teatro Independente à atuação da Cia Omond É em Nem Mesmo Todo o Oceano: a talentosa e inovadora direção de Ines Vianna.
Maravilhoso se passa nos bastidores de uma escola de samba onde se locomove o personagem principal, chamado de Maravilhoso, em busca de um lugar no mundo longe do seu cotidiano miserável. Em Nem mesmo todo Oceano, o personagem principal acha que pode fugir ao seu destino imóvel, vegetativo da vida sem perspectivas de uma cidade do interior.
De acordo com Ines, a cerca de Maravilhoso, “vemos em cena personagens divididos entre desejos e deveres, rodeados por uma cenografia que acentua essa instabilidade, através do uso de andaimes, escadas e passarelas. Eu só carecia mostrar a força da palavra e dos intérpretes, em sua total suspensão, trilhando um caminho que gerasse não só uma transformação pessoal em cada personagem, mas também de dúvidas, nunca solucionadas, pela total descrença na vida apresentada.”
Essa força que Ines faz brotar nos atores também acontece em Nem Mesmo Todo o Oceano. O elenco masculino, à moda do teatro kabuki, também representa as mulheres, vai num crescendo, do clima de camaradagem até o momento de total ruptura. Ines consegue, com alta eficiência, convencer a plateia do resultado que quer chegar: a voz do ator, seu corpo é o que traz à tona o conflito mudo e interior dos personagens
Serviço:
“Maravilhoso”
Teatro Gláucio Gil
Sexta a Domingo, às 19:30h
Segunda, às 21h
“Nem mesmo todo oceano”
Espaço Sesc – Arena Copacabana
Quinta a Sábado, às 20:30h
Domingo, às 18:30h