Três horas bem difíceis, em que nenhum dos lados parecia disposto a ceder. Foi definida assim a reunião com Sérgio Cabral com uma comissão do Projeto de Segurança de Ipanema, tendo à frente a coordenadora do PSI, Ignez Barreto, nesta segunda-feira (08/07), no Palácio Guanabara. No centro da discussão, estavam as obras do metrô, que vêm deixando a Praça Nossa Senhora da Paz irreconhecível, também pela retirada das árvores.
Ignez comenta o valor, segundo ela, escandaloso, para a compensação ambiental: “A verba para a compensação ambiental (obrigatória em qualquer obra), da linha 4 do metrô, é R$ 1,568 bilhão”, afirma. Também contesta a justificativa do governo para que os tapumes da obra sejam “cegos” e não transparentes, como queriam os moradores (era uma forma de ver como o dinheiro é gasto). “(a desculpa) É a mais ridícula possível: é para que os operários não se distraiam com as pessoas que passam na rua”, acrescenta.
Os representantes dos moradores, formados também por um engenheiro, um urbanista e um advogado, tendo do lado de lá, além do governador, o secretário de Transportes Julio Lopes e três funcionários da Odebrecht (construtora responsável), conseguiram de Cabral autorização para acompanhar cada passo da aplicação dessa verba. Agora, vão poder saber (ou tentar saber) para onde vai o dinheiro.
O governador também mandou a empreiteira fazer novos estudos sobre a localização dos acessos à futura estação. Os engenheiros têm prazo para apresentar o projeto: até as 18h do dia 15 de agosto, próximo. Ignez, em nome do bairro, deseja que os acessos não sejam nas calçadas rentes à praça. Sérgio Cabral aceitou reunir-se com a comissão depois que o PSI marcou uma manifestação, que sairia da Praça da Paz e seguiria até a sua casa, no Leblon. Com a promessa do encontro, o protesto, que seria na última sexta-feira (05/07), acabou desmarcado.