A atuação de Bruno Mazzeo é tão forte, tão empolgante na peça “Sexo, Drogas e Rock’n’Roll”, de Eric Bogosian, com direção de Victor Garcia Peralta, que resolvemos deixar que ele mesmo fale sobre o espetáculo:
C: Como é a experiência de interpretar um texto de um outro autor para você, que escreve profissionalmente desde os 11 anos?
B: Não é exatamente uma novidade pra mim, pois já passei por isso em filmes e novelas. Por escrever, respeito muito um texto. Então tento ser fiel ao máximo, mesmo que mexendo aqui e ali, pra adaptar, seja pra nossa cultura, seja pra minha embocadura. Além do quê, escolhi esse texto porque me identifiquei com ele.
C: Como foi interpretar seis personagens tão diferentes, idade, profissão, lugar social, sem caracterização alguma, sem mudança de figurino, só corpo e voz?
B: Sinceramente, acho que, por eles serem tão diferentes, até facilita na diferenciação entre eles. Um garoto doidão é completamente diferente de um executivo estressado. Foi um mergulho muito interessante, e eu devo à parceria com o diretor Victor Garcia Peralta. Juntos, fomos burilando, tentando descobrir cada personagem. Foi um processo, ao mesmo tempo, doloroso e delicioso. Ao mesmo tempo em que voltava do ensaio muito frustrado quando estava com dificuldade de descobrir como seria tal personagem, podia voltar entusiasmadíssimo por ter descoberto outro. E buscamos fazer distinções entre eles, porém sem deixar virar caricatura, para que o público se identificasse com cada um deles.
A peça retrata o universo do anos 1980, escrita e encenada em 1990 pelo próprio autor, Eric Bogosian. Bruno Mazzeo traz o hoje: as angústias, as loucuras sem sentido, os amores proibidos e esclarecidos que fazem desse novo século um caldeirão de sentimentos controversos. Bruno faz isso com o que caracteriza os melhores atores: a mais pura e visceral emoção.
Serviço:
Sala Marilia Pera
Sextas e Sábados, às 23 horas