Para alguém que sabe, como ninguém, escrever sobre moda e que qualquer revista gostaria de ter como colunista – mas só a Vogue tem- , atualizar-se para o mundo digital não seria de fato uma necessidade. Costanza Pascolato, porém, depois de 48 anos escrevendo para o impresso, lançou seu site e, em duas semanas, já tinha mais de 10 mil seguidores no Instagram.
Ela afirma que a linguagem da Internet ainda é uma novidade, mas ama que seja um espaço onde pode ser livre: “Quem vai apanhar ou não sou eu”, diz com o bom humor, a classe e a delicadeza de sempre: “A Internet me obrigou a ser curta, mas posso falar o que quero”. O desafio de precisar ser sucinta, no entanto, não a intimida: “Tenho prática em pensar, ao contrário de muita gente”.
Personagem imprescindível em qualquer evento de moda, a empresária só chegou ao Fashion Rio, que acabou nessa sexta-feira (19/04), no meio do evento – estava descansando em Nova York com a família. Leia sua entrevista:
UMA LOUCURA: “Sou virginiana. Loucuras já fiz todas na vida; agora me protejo.”
UMA ROUBADA: “Uma só? Várias! Sou muito ingênua em negócios, sou bobona. Hoje eu tenho um advogado e alguém que cuida disso tudo para mim.”
UMA IDEIA FIXA: “Tenho ideia fixa em viver o momento da melhor maneira possível; estou muito feliz atualmente por isso.”
UM PORRE: “É um porre a falta de atenção que as pessoas têm umas com as outras, até consigo mesmas. Todo mundo vive assim num “blá blá blá”! Serviços, já viu como são? Você entra em um bar, tem cinco pessoas de costas e assim permanecem. Você diz que quer um sorvete, um refrigerante, eles ficam conversando entre si. Mas isso não acontece só com o pessoal que atende; isso é com todo mundo – ninguém presta atenção em ninguém. Todo mundo anda histérico.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Sabe que não tenho frustração nenhuma? Não mesmo!”
UM APAGÃO: “Os apagões vêm toda vez que tenho que lembrar o nome de alguém! Eu não me lembro de nenhum, estou esquecendo até o meu!”
UMA SÍNDROME: “Tenho síndrome da idiotice. A maioria das pessoas tem a síndrome do idiota.”
UM MEDO: “Meu maior medo é o mesmo que a minha mãe tinha quando dizia: “Eu quero ir embora dessa vida antes de todos vocês (as pessoas que amo)”. Eu não suportaria perdê-los.”
UM DEFEITO: “Perfeccionismo em praticamente tudo.”
UM DESPRAZER: “Tenho vários desprazes, mas acho que atualmente o maior é que as pessoas são muito mal criadas e detesto falta de educação. Se você encontra alguém bem educado, até se surpreende e diz: “Oh! Quem é esse?”
UM INSUCESSO: “Quando não consigo me comunicar direito, mesmo que não seja frequente, é um insucesso.”
UM IMPULSO: “Eu sempre quis voar, mas acho que não vai dar; não nessa encarnação.”
UMA PARANOIA: “Tive uma época de depressão profunda – foi um mergulho no inferno. Mas, graças a Deus, me tiraram dessa dor.”