“Há pouco tempo, Gaia se olhou no espelho pela primeira vez. Células de seu cérebro a fotografaram da Lua. Ela se achou magnífica, azul, verde, diáfana.”. – José Lutzemberger
A Hipótese Gaia, da qual James Lovelock é o principal proponente, em que o planeta é um ser vivo que se autorregula, ou, como tão bem explica Peter Russel em “O Cérebro Global”, é a realidade. Será que Gaia é um ser consciente? Talvez sim, talvez não; mas sensível com certeza. Mundos dentro de mundos, universos dentro de universos, e também nós, uns dentro dos outros formando um só corpo, onde a separação é vista apenas pelos véus da ilusão provocada por nossos sentidos.
Estamos vivendo momentos espantosos, em que ciclos nunca antes observados do nosso rei Sol alteram, de forma por vezes desastrosa, o clima e as condições de vida na Terra. E nossa mãe parece chorar, revoltar-se e exigir um comportamento diferente de seus filhos amados: nós, os seres humanos.
É chegada a hora de nos conscientizarmos de que, se através de nossa respiração, estamos trocando os nossos átomos e misturando os nossos corpos; se os campos morfogenéticos carregados de informação influenciam o nosso comportamento individual; se o olhar individual aponta apenas para uma pequena fresta do panorama da realidade, por que continuamos a nos ver como separados? Por que não nos somarmos com os menos privilegiados, uns com os outros, sem distinção ou preconceitos para, enfim, alcançarmos o grande Ser?
Aprendi muito com as pessoas com as quais venho conversando e trocando diferentes pontos de vista, e compartilhar o que aprendo sempre foi a minha característica. Procuro sempre usar a visão holográfica, buscando conversar com pessoas em situações diferenciadas e, portanto, com opiniões baseadas em vários ângulos de visão. O conjunto é extremamente enriquecedor se, em vez de concordamos, ou discordarmos, fizermos a soma de todas elas.
O que fica claro é o elemento principal da fotografia holográfica: sem perceber, já criamos um novo mundo. É preciso, agora, aprender a viver dentro da nossa criação. “Sabemos que a Terra não pertence aos homens; o homem pertence à Terra. Todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Tudo o que acontecer à Terra acontecerá aos filhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida; é apenas um de seus fios. O que ele fizer à teia da vida estará fazendo a sim mesmo.