Carmen D’Alessio, peruana de nascimento, americana de residência e carioca de coração, é quem recebe a brasileirada bacana em Nova York e resolve a vida de todo mundo — não só na sua área, promoção de eventos, como em qualquer outra: tem à mão as pessoas certas para qualquer situação. Ela é uma das fundadoras do Studio 54 – boate histórica famosíssima nas décadas de 1970 e 80. Dessa época, uma das maiores saudades é do amigo Andy Warhol, que pintou o retrato de D’Alessio, pendurado na sala do seu apartamento, com uma dedicatória carinhosa.
Carmen, de algum modo, continua mantendo o título de “Rainha da Noite de NY“, e entre várias gerações. Quem já saiu com ela por Manhattan sabe bem disso. E, em alguns lugares, costuma ser reconhecida; nas ruas, às vezes chama atenção (e isso é difícil ali, hein!) pelos figurinos, digamos, muito exóticos. Durante as temporadas de verão no Brasil, Carmen não precisa se preocupar com hotel: sua hospedagem é sempre na casa de grandes amigos, como Ricardo Amaral, Henrique Pinto, Luciana e Beto Pittigliani, Narcisa Tamborindeguy e Paulo Müller. E com tudo: do champagne ao motorista. Leia sua entrevista:
UMA LOUCURA: “A minha vida é uma loucura, sendo que a maior delas foi a criação do Studio 54, com Steve Rubell e Ian Schrager em 1977. Era ‘sexo, drogas e rock & roll’. Tudo era permitido – era uma experiência cultural, e fui parte dessa cultura. Não era nada de mais, apenas parte da vida. Perdi muitos amigos por drogas, Aids e overdose. Tenho tanta história… e até hoje sou a ‘Rainha da Noite de Nova York’. Esse título é meu. Quem não se lembra da festa que organizei pelos 21 anos do Michael Jackson, vai lembrar de algo antes ou depois. Sou legendária.”
UMA ROUBADA: “Fazer alguma coisa que meu coração e minha intuição me indicam para não fazer, sempre acabam numa roubada.”
UMA IDEIA FIXA: “Tenho ideia fixa de morar no Rio. Sou peruana de nascimento, americana de residência e carioca de coração.”
UM PORRE: “Porre é uma coisa que desconheço – bebo enquanto estou no controle. Nenhuma situação me controla, eu as controlo.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Frustração é não conseguir que uma ideia se materialize, o que pode acontecer a qualquer um; mas quando estou a fim de um projeto, tenho atitude positiva, e acaba se realizando.”
UM APAGÃO: “Tenho a facilidade de esquecer momentos desagradáveis. Se uma experiência não é boa, mas deixa uma lição, acaba se transformando numa coisa positiva. Os obstáculos se transformam em lições, e não repito o mesmo erro novamente.”
UMA SÍNDROME: “Não tenho síndromes, só a síndrome da organização. Quero tudo sempre em seu lugar.”
UM MEDO: “Não tenho medo de nada, juro por Deus! Se morresse esta noite, se chegasse a minha hora, iria feliz: já fiz de tudo, está em boa conta. E sei que a morte é uma transição, e minha mãe (que já morreu) é um anjo que me protege. Só tenho medo de alguma doença que me fizesse perder a qualidade de vida. Isso seria apavorante.”
UM DEFEITO: “Se tenho defeito, não quero falar disso, ou ninguém vai querer sair comigo. Falo das qualidades: quero fazer tudo ao mesmo tempo e sem qualquer tipo de estímulo – já não preciso de drogas (fui muito doida, mas no passado). Só gosto de beber, mas não sou alcoólatra. Malho todos os dias; agora tomo conta da minha saúde. Atualmente estou com dois lindos namorados em NY: um modelo e um ator, bem mais jovens. Não saio com ninguém da minha idade (diz que não importa qual é) porque não aguentam o meu ritmo. Quero sempre mente jovem e corpo jovem, o pacote completo. Tomo vitamina D: é melhor que qualquer droga no mundo, tanto que continuo organizando festas sem parar.”
UM DESPRAZER: “Ficar em Nova York no inverno, pra mim, é a morte.”
UM INSUCESSO: “Insucesso seria não conseguir sucesso em meu trabalho, o que não é meu caso. Na verdade, minha vida é meu trabalho, é minha paixão. Sigo uma frase do meu amigo e inspirador Malcon Forbes: ‘O entusiasmo é a base do êxito'”.
UM IMPULSO: “Sempre sigo meus impulsos em qualquer situação.”
UMA PARANOIA: ”Só vivo o presente, então não tenho paranoias; estaria fingindo se dissesse que tenho. Aliás, tenho a paranoia de ficar gorda. Sou obsessiva com magreza: minha altura é 1.65 e meu peso, normalmente, é de 55 quilos. Se estou exatamente assim, estou contente comigo.”