O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o secretário especial de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, devem começar imediatamente a pensar numa solução para o próximo carnaval de rua, que aumenta de tamanho ano a ano: o que tem de organizados os desfiles das escolas, tem de desorganizados os blocos, que crescem na mesma proporção da revolta dos moradores.
Entre tantas indignadas, destacamos duas, uma de Ipanema e outra do Leblon:
Andrea Dellal, carioca que vive mais em Londres, tem apartamento na Av. Vieira Souto e enaltece muito o Rio no exterior: “A sujeira é insuportável, o visual da rua é insuportável, o cheiro é insuportável”. E continua: “O desleixo é total; só não é com os preços das coisas, pelo tratamento que a gente tem, não vale. Morar num lugar com o IPTU mais caro do mundo e não poder abrir a janela pelo cheiro de xixi? O prefeito Eduardo Paes tem que proteger também a Avenida Atlântica, aquela vista linda. Esse absurdo não pode – dá vontade de sentar e chorar. Sem falar nos assaltos: muitos gringos são roubados.”
Já Antonia Galdeano, mãe recente, ficou ilhada no Leblon, na quadra da praia, vizinha do governador Sérgio Cabral: “Sou carioca, amo o carnaval, mas dessa vez foi insuportável! Bêbados correndo atrás de mim, enquanto carrego meu bebê no colo, pornografia explícita, isso já é selvageria!”, diz ela.