Mulheres assumindo os cabelos brancos, em sua maioria, na faixa dos 40 anos, aumentam dia a dia no Rio – algumas se dizem discriminadas, caso de Kika Gama Lobo, cujos fios nem estão tão brancos assim. A empresária ganhou das próprias filhas o apelido de “Mãe Lucinda do lixão” (personagem de Vera Holtz em Avenida Brasil, outra adepta na vida real).
Kika brinca dizendo que está muito mais para a socialite Betty Lagardére ou para a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. “Vejo preconceito das pessoas quando me olham. O cabelo branco em mulheres com menos de 50 anos tem uma conotação de luto, fracasso ou baixa autoestima, o que não tem nada a ver”, diz Kika.
Lalá Guimarães, que já aderiu ao “cabelo algodão” há algum tempo, não concorda com Gama Lobo: “As pessoas adoram meus cabelos, e eu me sinto muito melhor com eles assim”, afirma. A mais nova “sócia desse clube” é a perfumista Maira Jung (ainda se livrando das tinturas químicas); ela se diz cansada da escravidão dos salões de beleza e resolveu mudar, tentou fazer uma vez.
As artistas plásticas Beth Jobim e Ivana Curi são outros exemplos daquelas que deixaram as tintas pra trás, tanto quanto Angela Bosco. Em contraste com ela, seu marido, o músico João Bosco mantém cabelos muito bem pintados. Em cidades da Europa, talvez mais em Paris, há um número maior de mulheres com cabelos naturais do que no Rio ou São Paulo, por exemplo.