Antonio Cereto é o recém-empossado síndico do Edificio Chopin, o famoso prédio da Avenida Atlântica; por mais de 20 anos, o cargo foi exercido por César Thomé, acostumado com as regras, ou a falta delas, no endereço que junta personagens bem conhecidos do Rio.
No fim do ano, acontecem ali os inúmeros réveillons, muitos bem famosos seja por razões positivas, seja por razões negativas. Um morador, que não quer aparecer, diz de cara o seguinte: “O que me importa é se o novo síndico vai saber administrar tão bem as festas de réveillon e entender nosso estilo de vida. As reuniões de condomínio, por exemplo, sempre foram na pérgula do Copa”.
Já outra moradora, Narciza Tamborindeguy, que vive ali a vida toda, diz o seguinte: “Não estou feliz com as mudanças – o César era ótimo, era síndico desde que sou criança. Nunca tive problemas com vagas na minha garagem; agora estou tendo: é tudo marcado. Onde vou colocar todos os meus carros?”.
Na sequência, fala Humberto Saade, que mora no endereço há 10 anos, e parece meio neutro: “O Cereto está fazendo muitas coisas, mas não estaria extrapolando? Acho que ele quer dar ordem em tudo, mas está com dificuldades: está mandando em motorista e até na calçada”.
Perguntada sobre o assunto, Regina Marcondes Ferraz, que vive ali desde 1974 e conhece todos os moradores, comenta: “Tem muita gente rosnando, mas o fato é que sempre aconteceram abusos extremos aqui. O Chopin, sob muitos aspectos é o samba do crioulo doido, e acho que tudo na vida precisa ter regra”. E conclui: “Sou a favor, sim, de algumas mudanças no condomínio. Entro nessa garagem e vive entupida. Até quem vai almoçar no Copa estaciona aqui. Apesar disso, nunca invoquei com ninguém. Acho, aliás, que esse prédio deveria ser tombado”.
Vamos ouvir outra moradora, aliás, dona de dois apartamentos no Chopin, Maitê Proença: “Nem pensar que vou colocar a mão nesse vespeiro. Nunca fui a uma reunião de condomínio”. Estejam certos de que mudanças devem acontecer no próximo réveillon da Avenida Atlântica, o mais concorrido do Rio.