Se alguém tinha dúvidas sobre o aquecimento da economia carioca, deixou de ter durante a ArtRio, que vai até este domingo (11/09), no Píer Mauá. Qualquer um pode perceber, ver, sentir o entusiasmo nos corredores do evento.
O empresário Mario Cohen, dono da Pequena Galeria 18 (na Avenida Atlântica), dizia no seu espaço: “Nunca vendi tanto na vida – e só para cariocas”. Ali perto, Flávio Colker demonstrava, com muitos sorrisos, o sucesso na venda de suas fotos. O mesmo se repetiu com Artur Fidalgo (dono de galeria homônima, em Copacabana), com Maria Cristina Magalhães Pinto (sócia da Mul.ti.plo, no Leblon), com Luciana Sève (da Galeria Ipanema), também animadíssima: “Até agora, não fui conhecer os outros espaços, não parei um minuto. Não bebo muita água, já que não tenho tempo nem de fazer xixi”.
A propósito, se os sócios do evento, Alexandre Accioly, Luiz Calainho, Brenda Osório e Elisângela Valadares não apreciam, digamos, a arte escatológica – e é sabido que não -, precisam apenas dar um pouco mais de atenção aos banheiros: bem sujinhos, principalmente do fim da tarde em diante. Não combinam com uma feira bacanérrima como essa. Sugere-se contratar uma pessoa para servir de “instalação” em cada um deles.
Quanto ao investimento para quem tem interesse em ter estandes nas próximas edições, pode-se dar uma ideia de valores: Cohen, muito bem instalado num espaço grande, investiu R$ 60 mil, mais ou menos o mesmo valor dos Sève. Já o mineiro Murilo Castro, que pegou um espaço menorzinho, investiu r$ 37 mil, incluindo todas as despesas, como passagens de avião dele e de funcionários, comidinhas etc. Estava absolutamente feliz com o sucesso financeiro.
Foi ali que a psicanalista e colecionadora Bia Kuhn comprou o retrato da Monalisa, todo feito com guimbas de cigarros de maconha, um dos trabalhos, digamos, mais curiosos da mostra. Com essa, Leonardo da Vinci (autor do quadro original) certamente não contava.
Além das atrações decorativas, contam-se, ainda, as humanas: muitos artistas conhecidos circulavam pelo local, sempre com uma conversa simpática, uma frase divertida e um certo brilho no olhar. Dinheiro traz isso também – o que não tem preço!