Por Rinaldo Zirrah, do SPFW
No penúltimo desfile do terceiro dia de São Paulo Fashion Week, Oskar Metsavaht nos brindou com uma coleção que recupera um fôlego perdido – ou talvez não esperançoso – de uma criatividade onde os devaneios dão lugar às belas estruturas e onde o comercial deixa um pouco de espaço para conceitos que não precisam seguir ao pé da letra. Num tributo à estética negra, com até agradecimento religioso no release, o verão da marca é feito com cores clarinhas, como o branco e naturais (tecidos sem tingir, preto, dourado, alguma coisa em vermelho, roxo e também verde (fechando o desfile). As estampas, em especial a bem colorida, formando uma espécie de mosaico, tem destaque. Os tecidos escolhidos foram o neoprene, linho (muito bem colocado), tricot mescla com fio de metal, malhas e uma atenção especial à dois: o “g-fabrics”, autossustentável e a maravilha do tricô de ráfia de seda, dando um belo conjunto visual. No masculino, formas mais amplas ( sem serem desleixadas), muitos macacões que lembram sobreposições (lindos) e os acessórios são a cara do verão: tudo bem leve, aberto – como sandálias . No feminino, destaque especial na forma de construção das frentes únicas, nos flarforms de tricô – lindos – nos detalhes dos looks, em douradoe nas cinturas, que hora vem marcadas com acessórios (cintos) ou também altas, como em shorts. Oskar acerta num verão neutro, politicamente correto e a nossa cara.
Ponto alto: o emprego dos tecidos e tramas tecnológicas, dando um belo visual. A alfaiataria masculina em tecidos pouco prováveis. A silhueta livre e despojada, sem ser ‘largadona” da mulher Osklen.