Por Rinaldo Zirrah
Dando continuidade ao editorial anterior, vamos agora falar da moda deles. O homem nunca apareceu tão afetado na passarela. Talvez, pela democratização com a trans e androginia nos desfiles, seja este o momento de remixar o contrário: o comum era formas e simbolismos do guardarroupa dos homens no das mulheres, mas agora…eles também podem.
As cores:
Para eles, mais do mesmo: a brincadeira do color blocking, seja com os neutros ou não, os azuis, vermelho, laranja, looks brancos totais e o cru – muito visto no desfile da Osklen.
Formas:
Os meninos aparecem mais despojados. A silhueta fica próxima ao corpo, nas calças, mas sem ser apertado. É apenas um novo reajuste da reta. As barras aparecem dobradas ou curtas por si só. As camisas vêm mais largas, soltas. Mas, por favor, sem levar à risca as formas que foram muito apresentadas pela Reserva. Muitos shorts- até os beem curtos, como da Osklen – apareceram. E seus comprimentos podem variar de acordo com o ”dobrar” da barra. As bermudas, também: ficaram bem no joelho ou acima dele, com barrinhas viradas.
Os jeans:
Eles aparecem mais sóbrios, seja com sua cor original ou mais escuro. A proposta deep dye apresentada pela Ellus é uma boa pedida nas peças mais curtas, como shorts e bermudas.
As estampas:
Xadrez, flores, abstratas. Elas podem vir juntas numa peça ou separadas. Mas se for pra tentar ousar, cuidado: homem não combina muito com a ideia de mix. As riscas de giz apareceram pelo Mario Queiroz, assim como as listras – seja fazendo a linha Jean Paul Gaultier ou Prada.
Os tecidos:
A seda e transparência invadiram os looks masculinos. Os tecidos tecnológicos, que aparecem mais frescos, fizeram os meninos ficarem mais soltinhos.
Mas, vem cá…
Moda masculina é complicada de trabalhar. Quando se ousa demais, se cai no ridículo. Mas, desta vez, isso foi o que mais se viu: ousadia. Homens com peças transparentes, muito brilho. Assim como na moda feminina, os looks apareceram muito invernosos! Até sobreposição de 2 peças manga longa apareceu. Na busca experimental, certas marcas acabam deixando uma linguagem de tendência de lado e marcando apenas a autoral. E, aí, tudo se perde. Afinal, as semanas de moda Rio-Sampa servem para um mercado com seus compradores ávidos por novidades para seus clientes finais ou elas viraram uma vitrine para o ego criativo? Para pensar.