Como é mais do que sabido, as ruas do Rio viraram um grande banheiro. O otorrino Jair de Castro, considerado um dos melhores da cidade, fala sobre os problemas que podem aparecer para quem fica algum tempo exposto ao “bafo” surgido do xixi: “Todo cheiro desagradável, que emite substâncias químicas e, portanto, tem impurezas, pode levar a irritação das mucosas, para quem fica inalando aquele odor. E pode até desencadear um processo inflamatório ou uma rinite”.
Durante os desfiles dos mais de 500 blocos que participam do carnaval carioca (todo ano aumenta), em muitos bairros fica difícil respirar, atingindo até moradores de andares baixos. O assunto cresce na mesma proporção do número de foliões, que é inversamente proporcional ao de banheiros químicos. Além da absoluta falta de educação, todo o resto deve ser resolvido pela Prefeitura, que há de encontrar uma solução para o problema, já que estimula gente de mais para seguir os blocos, sem preparação pra isso.
Talvez seja boa essa chuvinha; assim, pelo menos dois pontos positivos acontecem: acalma os ânimos dos mais esquentadinhos e ajuda a aliviar o cheiro da ‘cidade urinada’. Imagina com sol a pino batendo e o cheiro subindo? Muitos foliões saem da Zona Norte para mijar na Zona Sul, transformando tudo numa zona só, o que não tira a responsabilidade dos moradores do Leblon, Ipanema, Flamengo, Jardim Botânico, Copacabana etc, que fazem a mesma coisa.
Quem quiser que passe no Baixo Gávea nesse domingo (06/03) ou nesta segunda-feira (07/03) – é apenas um exemplo por ser um lugar muito tradicional, frequentado por artistas, boêmios, turistas e “modernos” em geral. Praticamente, a cidade toda está na mesma situação.