Lula sabia que, com sua ausência, seria a pessoa mais presente do almoço oferecido a Barack Obama, nesse sábado (19/03), em Brasília. Tanto que o assunto mais comentado entre todos os 200 convidados foi esse; além de aparecer em toda a imprensa e de estar no boca a boca no País de fora a fora. Pegou mal? Claro que sim.
Podemos tentar analisar as possíveis razões para o ex-presidente não ter dado as caras no evento.
Primeira opção: segundo alguns veículos, ele teria ficado contrariado por ter sido convidado pelo Itamaraty, e, não, diretamente pela presidente. Essa parece uma hipótese improvável até porque, pela amizade e intimidade dos dois, poderiam ter trocado inúmeros telefonemas (não precisam de razões pontuais para se ligarem), e esse assunto certamente viria à tona, quando Dilma comentaria a importância de sua presença.
Segunda opção: pelo aniversário do filho Luiz Cláudio ser na mesma data. Obviamente, poderiam festejar num outro momento. Se quisesse realmente estar no almoço, convenceria o filho a marcar em outra data, por estar cansado de saber, com antecedência, do almoço para o presidente americano.
Terceira opção: por não gostar de ficar num segundo plano. Lula nunca se deixa relegar a um segundo plano (dentro das possibilidades). Quem é que não sabe o tamanho do seu ego? (O comentário não tem nada de pejorativo, que fique claro). Ainda mais tendo plena consciência da simpatia de Obama por ele. E, na ocasião, sendo recebido pela primeira presidente mulher, eleita por quem? Pelo Luis Inácio Lula da Silva, ora!
O que ninguém pensou é que Lula pode não ter aparecido para dar, ceder, presentear a sua amiga Dilma com o direito de brilhar sozinha, sem que ninguém, nem ele mesmo, ofuscasse um minuto sequer desse importante momento dela. Lula seria capaz desse gesto? A gente nunca sabe o que se passa no coração dos políticos, se é que eles o têm.
Enfim, seja lá pelo que for – até por sua conhecida e pública ideologia antiamericanista -, foi, no mínimo, desconfortável para todos. A atitude foi incompatível com a elegância (em todos os sentidos) do casal americano. Ah, como seria o lado social da vida política sem meias-palavras? Com tudo às claras?
Talvez tenha parecido tão desconfortável quanto foi para Dilma carregar aquela echarpe nos ombros em tempo integral, quando era a anfitriã e, portanto, estava recebendo em “casa”. Nesse vaivém de possibilidades, o que importa é que as metas com a viagem de Obama parece que foram realizadas. O resto fica por conta dos detalhes!