Penetra tem em todo lugar, mas no Rio é inacreditável. Nesse fim de semana, Tato de Albuquerque Mayer dava festa na bonita casa da Rua Peri, no Jardim Botânico, para uma amiga; de repente, apareceram 18 não convidados na cozinha, comendo e bebendo compulsivamente. Quando foi sugerido que se retirassem, uma moça, disse apenas: “Dane-se”. E lá permaneceu com os amigos. Fazer o que num caso desses? O anfitrião deixou, e eles ficaram até alta madrugada. O assunto é sério entre os cariocas. Para ter uma ideia, existe na cidade uma espécie de rainha dos penetras: uma lourona, nem baixa nem alta, nem gorda nem magra, nem bonita nem feia, mas muito boa na sua arte … de penetrar, obviamente. Ela nunca chega sozinha: está sempre com um bando, praticamente uma quadrilha, já que roubam o seu champagne, o seu caviar, a sua caipirinha, o seu sanduíche, ou o que for! Não importa, são indesejados e sabem disso. De tanto falarem, essa mulher passou a ser convidada paras alguns eventos, o que a deixou bastante desagradada, chegando a pedir a uma assessora de imprensa que jamais fizesse tal coisa, de jeito nenhum, ou nunca apareceria. A legalidade lhe tiraria o estímulo, supõe-se. A ameaça surtiu algum efeito; afinal, quem é que não sabe que para alguns a ronda dos penetras está diretamente ligada ao sucesso da festa? O ponto máximo foi em recente jantar na casa de Ricardo Rique, na Vieira Souto: uma socilalite, até bastante conhecida, ao chegar, adentrou o salão (nessa noite, não tinha lista na porta) e deu de cara com os homenageados. Meio sem graça, disse ao casal: “Eu ia passando, não resisti e subi para beijá-los”. Como assim? Ia passando toda montada num figurino daqueles? Não importa – o penetra chega, o penetra participa, o penetra come, bebe, fala, e sem nem confirmar presença, se é que vocês me entendem.