O Baixo Bebê, no Leblon, de “baixo”, só tem o nome. O astral é alto, a limpeza está em alta, a segurança também é alta, se comparada à de outras praias. O que, em outras areias, é, digamos, proibido, no Baixo Bebê é liberado: em que outro lugar, exceto nas praias de nudismo, uma bunda de fora é tratada com tanta naturalidade? Fazer topless então, nem se fala. Andar de quatro pela areia é a coisa mais normal do mundo. Atitudes como “coçar o saco”, ou melhor, o saquinho, nem pega tão mal assim, como você pode ver na foto. Claro, essas referências são para as pessoinhas assíduas do local. Tudo ali é tratado com a naturalidade com que muita gente sonha: a autenticidade ausente na vida dos adultos e tão presente na vida das crianças. Para os “microfrequentadores”, o que chama atenção é um ou outro brinquedo novo (há anos, muitos deles ficam “plantados” na areia). Na operação Choque de Ordem, em dezembro de 2009, alguns foram apreendidos por não terem autorização para estar naquele espaço. Em menos de 24 horas, foram devolvidos, tal a revolta que causou na população da Zona Sul. Tudo ali é tratado com normalidade: do exotismo no figurino dos vendedores, donos de barracas etc., até os biquínis mínimos de algumas mamães – muitas gostosas frequentam o espaço, por conta dos filhos, mas, ao contrário dos adultos, ninguém faz cena de ciúme. Zero problema quanto a isso: eles têm mais o que fazer. E outra: entre os pequenos, pouco importa o sobrenome, como acontece com a maioria dos moradores do bairro; sabem, no máximo, o apelido um do outro. Não é preciso nada disso e, assim, se dão muito bem entre si.