Uma carioca em particular ficou bastante afetada com a queda, nessa quinta-feira (03/07), do viaduto na Pampulha, em Belo Horizonte. A jornalista Tânia de Athayde tinha 13 anos quando, em novembro de 1971, aconteceu a tragédia, no Rio, do Viaduto Paulo de Frontin. Ela se considera uma sobrevivente desse acidente: o carro de seu pai, onde estava com os dois irmãos e a mãe, foi o último a passar ileso sob o viaduto, segundos antes da queda.
A família, moradora da Tijuca, estava indo almoçar na casa de parentes, em Copacabana. Seu pai, comandante da Marinha Mercante, havia chegado de Liverpool, na Inglaterra, e tinha colocado para tocar, no rádio do carro, fitas cassete, que, naquela época, eram o máximo. Eram músicas pop e rock, mas como o pai havia gravado com comerciais no meio das músicas, Tânia, adolescente, ficou revoltada porque não poderia usar a fita, desse jeito, nas festinhas, e começou a discutir com ele. “Ele ficou danado da vida, nervoso, e avançou o sinal da Haddock Lobo. Lá na frente, já na esquina da Barão de Itapagipe, ouvimos um barulho seco, olhamos para trás, e lá estava aquele bloco de concreto. Papai teve a frieza de manobrar e sair debaixo do que restou do viaduto, estacionou e foi conferir o que havia acontecido. Voltou transtornado. Não tem como não ficar traumatizada com viadutos”, conta Tãnia.
Eu estava lá