No Rio, até a pontualidade suíça atrasa. Nessa segunda (15/10), 140 convidados esperavam ansiosos para subir ao Corcovado no novíssimo trem, vindo direto daquele País. O evento “Noite Suíça no Cristo” também comemorou as relações entre os países num jantar em homenagem aos 200 anos de imigração da Suíça no Brasil.
Assim que os 150 convidados — a maioria deles do jornalista Bruno Astuto — chegavam ao Cosme Velho para esperar a subida, garçons circulavam com as bandejas. Espera com champagne muda tudo. É ou não é? O evento parecia uma excursão, com os nomes mais bacanas do Rio, com a expectativa literalmente lá no alto. No vagão, atores imitavam turistas — com gorros, óculos de esqui e todos encasacados (estavam sofrendo, com certeza!) — pedindo informação sobre o país a outros artistas vestidos de guias.
Chegando ao topo, eram recebidos por Christina Gläser, diretora de Turismo da Suíça e organizadora do evento, e iam em direção aos pés do Cristo, iluminado de vermelho, numa mesa enorme montada especialmente para a ocasião. Uma corneta alpina tocou durante as lindas projeções na estátua, com imagens dos Alpes e pontos turísticos suíços. O instrumento é usado na comunicação entre os pastores e, segundo a lenda, muitos suíços dizem que ela acalma a ordenha das vacas. A Arquidiocese proibiu o vinho durante o jantar. Ao saber, uma das convidadas disse: “Com essa vista, pra quê vinho?”.Houve quem discordasse.
“Deus é brasileiro, é carioca. Essa noite queremos conquistar o coração de quem ainda não foi à Suíça. Estou muito feliz em destacar essa conexão entre os países, que talvez muitas pessoas acreditem ser contrastantes, mas têm muita sinergia”, disse Chistina. Amiga da coluna, que é suíça, aprovou tudo, apesar dos eventuais problemas técnicos: “Foi uma noite inesquecível para os suíços”. Os que não conheciam o Cristo — incluindo alguns cariocas — ficaram extasiados. Na descida, de volta à realidade, o momento mais brasileiro da noite ficou com Glória Maria, que cantou à capela “Eu sou o samba”, do sambista Zé Kety, nos corredores do trem e ganhou praticamente um coral na hora do refrão.