Uma associação brasileira encontrou um jeito de abordar, de forma carinhosa e instrutiva, uma doença sem cura e que chega como um choque não só para o paciente, mas para toda a família: o Mal de Alzheimer. O trabalho – uma cartilha educativa em formato de gibi – ganhou destaque na revista inglesa Global Perspective.
A menina Laura é a personagem principal desta cartilha, criada pela APAZ (Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer, Doenças Similares e Idosos Dependentes). A garota fala de maneira lúdica sobre a relação com a avó, portadora da doença. O material já está sendo usado no exterior – Trinidad e Tobago foi o primeiro país a adotar a publicação.
A APAZ participou, no ano passado, da Conferência Rio+20, onde falou sobre os impactos sociais e financeiros da doença. Segundo as Nações Unidas, quase 900 milhões de pessoas no mundo, com mais de 60 anos, têm Alzheimer – e a perspectiva é de que esse número chegue a 2,4 bilhões no meio do século. No Brasil, a preocupação é maior porque o ritmo de envelhecimento da população, aqui, está acima da média mundial. Nesta quinta-feira (19/09), a APAZ promove um grande evento sobre prevenção e cuidados, com palestras e distribuição de material educativo. O encontro, no Teatro Sesi (Av. Graça Aranha, no Centro), é gratuito e acontece das 9h às 17h (inscrições pelos tels. 2223-0440 e 2518-1410).
O mal de Alzheimer, seus doentes e as famílias não precisam de cartilha. Precisam antes de qualquer coisa de respeito. Paralelamente, governos federais imbuídos do espírito de responsabilidade, cuidando desses pacientes. A França faz um trabalho primoroso, cuidando de quem sofre deste mal e assistindo às famílias, que na maioria das vezes, ficam entregues aos “amigos” que só sabem dizer “força” e “vai dar tudo certo”, Isso pela frente, porque por trás sempre picham os únicos que fazem alguma coisa por quem precisa. Falar é fácil. Ninguém quer saber de “por a mão na massa”, ajudar a cuidar do paciente – dar banho, auxiliar na hora das refeições, banhos, passeios. E tem sempre um metido a engraçadinho, fazendo as piadas infames, quando esquecem alguma coisa, dizendo coisas do tipo: os irmãos/primos Alz e Heimer, o alemão…já vi isso na Malhação e no Programa do Jô. Brincadeira sem sentido. O assunto precisa e merece ser levado a sério.
Políticas públicas sobre a doença, sem dúvida, são uma prioridade, imprescindíveis, mas qualquer iniciativa séria no sentido de educar as pessoas para o convívio com os pacientes, coisa que a maioria das famílias que passam por isso não estão preparadas, são muito válidas! Minha família já recebeu muita ajuda dessa associação, inclusive no que tange aos cuidados com o doente. Parabéns à APAZ.