Com seus 381 mil verbetes, a Língua Portuguesa é considerada por muitos a mais bonita do mundo. Mesmo assim, o uso de expressões em outros idiomas, especialmente o inglês, parece não ter freio. Como explicar, por exemplo, o “Boxing Day” que invadiu as lojas depois do Natal? O golpe sentido pelos comerciantes, que alegam ter vendido abaixo do esperado, justifica mais este nocaute no bom português?
Não é de hoje que o ‘saite’ critica a prática do estrangeirismo, ainda mais quando utilizado fora do nosso contexto cultural. O tema, inclusive, inspirou o projeto de lei nº 1676 (autoria de Aldo Rebelo), que tramita na Câmara dos Deputados há 14 anos e prevê a restrição do emprego de palavras de outros idiomas no Brasil. O “Boxing Day” é uma expressão adotada por países onde se fala o inglês e, numa primeira interpretação, define a queima do estoque natalino, em liquidações que duram um dia – o 26 de dezembro (ou o primeiro dia útil depois do Natal, quando este cai num fim de semana). Para marcar a data, no Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda) também acontecem rodadas completas de todos os torneios de futebol e rugby. Na Austrália e Nova Zelândia, é feriado nacional. E, em vários países da Europa, o “Boxing Day” é a celebração do dia de Santo Estevão – quase ninguém no Brasil se lembra dele, não é?
Além de importar a expressão, já tem comerciante brasileiro inventando o “Boxing Week”, na tentativa de atrair consumidores para uma semana inteira de descontos. Segue a tendência do “Black Friday”, também adotado por aqui, apesar de dizer respeito a uma tradição nos Estados Unidos – a última sexta-feira de novembro, seguinte ao “Dia de Ação de Graças”. Dá até pra imaginar qual vai ser a próxima “apropriação indébita” cometida pelos comerciantes no Brasil: o saldão do “Labour Day”, o Dia do Trabalho comemorado pelos norte-americanos na primeira segunda-feira de setembro. Melhor nem passar a ideia adiante; afinal, o que o nosso 1º de Maio tem com isso?
Lendo este texto, recordei uma entrevista do ilustre Ariano Suassuna a respeito desta americanização ou estrangeirização,não sei bem que expresão na lingua inglesa usar para definir o que esta acontecendo, ele citou como exemplo o nome dado a um centro comercial acho eu, em alguma cidade do nordeste “Macambira Center”.
Boxing Day é um termo do Reino Unido, Ele é o dia em que se trocam os presentes de Natal, a troca das “caixas onde estão os presentes”, isto é os “boxes”. No dia de Natal se cuida da religião, de ir à igreja rezar e não de fazer festas.
Isso se chama ACULTURAÇÃO. É quando um povo mais desenvolvido ( bem mais ) é imitado por outro menos ( beeeeem meos) desenvolvido. Agora,pra quem já incorporou, ” na naite,fashow week,brother,hallowhim,um BOXING DAY A MAIS OU A MENOS NÃO VAI FAZER MUITA DIFERENÇA…
Muito bem lembrado! Boxing Day não tem nada a ver com o desporto chamado Boxe!
Sempre quando leio essas aversões ao estrangeiro e o ideal de se encontrar um suposto nacionalismo intacto e virginal, lembro do livro Manifesto do Nada na Terra do Nunca, de Lobão. Aliás, o próprio português que falamos e escrevemos não é uma lingua ‘nossa’, até porque, nosso, realmente, é o que decidimos falar, seja xerox ou fotocópia. Que tal uma manifestação quanto ao uso do português?
Mas entendo… é preciso ABERTURA MENTAL para acabarmos de vez com essa procura do nacionalismo indígena virginal. Giramos, giramos, e sempre acabamos nisso, em todas as áreas. Uma pena.
Prezados, já usam palavras do vocabulário inglês aqui desde que eu me conheço por gente, como: “brother” (gíria), sexy, office boy, fashion, fast food, video game, pet shop, home theater, shopping center, internet, drag queen, bullying, hot dog, etc, pra não citar outras tantas. Aposto que autora do artigo, (bem como a grande maioria das pessoas) quando conversa com as amigas não diz coisas como: “ajudante de escritório”, “lanchonete americana”, “jogo de vídeo”, “centro de compras”, “loja de produtos para animais domésticos”, “aparelho de som com efeito sonoro de teatro”, “rede mundial de computadores”, “artista performático vestido de mulher não necessariamente homossexual”, “duas bandas de pão longitudinal comprido recheados com uma salsicha”, etc. Ou seja, menos hipocrisia. Esses vocábulos são termos que acabam se incorporando no nosso vocabulário naturalmente pela facilidade. Se for assim, não deveríamos falar nem português, pois esse idioma não é nosso. O nosso, genuinamente falando, é o Tupi Guarani. Anauê!!!!???
Sinto náuseas quando assisto estas campanhas do submundo. Comprovamos ao mundo que somos vira-latas. Alguém já ouviu: um idiota em inglês é bem melhor do que eu você?
Parabéns a autora!
Parabens saulo de oliveira, assino embaixo o que escreveste!
Ingles e linguagem de comunicacao universal, muito usada na Asia, Europa e Oriente Medio.
Nao tem como querer da uma de frances. E colocar os burros atras da carroca.
Vamos dar comida, saude, seguranca e politicos honesto pra populacao primeiro e depois se preocupar com estrangerismo na lingua.
A autora expressou sua opinião com
a qual concordo.
Entretanto é típico de qq cultura
subdesenvolvida achar que os outros
sao melhores. Neste caso os norteamericanos.
Complexo de vira-lata. Fazer o que?
É impressionante a falta de assunto da autora. Em tempos de vários assuntos muito mais importantes, discutir a absorção de palavras estrangeiras ao nosso vocabulário, demonstra apenas que algumas pessoas que têm a chance de usar os meios midiáticos para mudar o senso comum, são tão ou até mais alienadas do que a maioria da população deste país chamado Brasil. Enquanto tivermos pessoas que preferem discutir este assunto a outros como “aumento de impostos de cartão pré-pago de 0,7% para 6,7%”, ou “Genoino vai para prisão domiciliar”, ou “Mudança na tabela de imposto de renda tira poder de compra do trabalhador”, ou “Estádio Mané Garrincha já custa 1,4 bilhões de R$, novo Wembley na Inglaterra custou menos da metade”, ou “Dilma passeia com sua neta no banco traseiro do carro, sem cadeirinha e não leva muita”, ou qualquer outro assunto que possa gerar questionamentos e mudanças para melhorar nossa vida no país, seremos sempre o povo aculturado qu somos. Lamentável.