Eu sempre gosto de lembrar que planejamento financeiro é muito mais sobre pessoas do que sobre números! Pessoas têm emoções! Nós não somos completamente racionais, temos uma racionalidade limitada.
Nós sabemos que não devemos gastar mais do que ganhamos, que devemos poupar para a reserva de emergências, para os sonhos e para a aposentadoria. No entanto, nem sempre é assim que funciona na vida real. Muitas vezes, tomamos decisões ruins que podem impactar negativamente nossa saúde financeira.
Algumas vezes, pegamo-nos pensando que queremos cada vez mais de alguma coisa: mais dinheiro, mais bens, mais sucesso, mais visibilidade, mais curtidas etc. E, para isso, acabamos gastando o que temos e o que não temos, gerando um enorme desequilíbrio nas contas.
Justamente por isso, gosto de reforçar que devemos sempre pensar no equilíbrio: nem muito e nem pouco.
Não adianta querer entrar numa dieta radical e deixar de comer tudo quanto é doce e carboidrato. Em pouco tempo, a pessoa não vai aguentar mais e desistirá dessa dieta. De outro lado, se ela resolver comer tudo que a apetecer, provavelmente vai ganhar peso até ter problemas cardíacos.
O ideal é ter uma dieta equilibrada e trabalhar para mudar velhos hábitos ruins.
O mesmo ocorre nas finanças! Não adianta querer, de uma hora para outra, deixar de comprar qualquer coisa ou excluir todos os desejos e supérfluos da lista de compras. Nós também precisamos ter alguns prazeres mais imediatos na vida, senão ela fica muito chata e rígida! Mas, tudo com equilíbrio: nem muito, nem pouco!
No outro extremo, o inverso disso é querer comprar tudo que vê pela frente. Agir como se não houvesse amanhã e como se a fatura do cartão de crédito nunca fosse chegar. Mas acredite: ela vai chegar!
Sendo assim, um conceito interessante é pensar no que é suficiente para você. Lembre-se de que o suficiente não é pouco, é o que basta. Entenda o equilíbrio como nem muito, nem pouco, mas sim o suficiente!
Aliás, esse é um dos temas do livro “A Psicologia Financeira”, de Morgan Housel, que li faz algumas semanas — é superleve e de fácil leitura. Adorei e sugiro a todos que o leiam também!