Normalmente é assim: quando menos esperamos, vêm aquelas despesas extras que acabam com o nosso orçamento. E, se não estivermos preparados para elas, vamos acabar no cheque especial ou devendo alguma conta importante.
No entanto, existe um ponto importante: precisamos diferenciar o que são realmente gastos inesperados daqueles que sempre acontecem; portanto, não são tão inesperados assim…
Quer um exemplo? Reflita comigo… Sempre temos que ir ao dentista, certo? Assim sendo, a visita anual para um check up na boca não pode ser considerada um gasto imprevisto; ao contrário, ele é previsto e deve ser feito uma vez por ano. A única questão é que não tem recorrência mensal. Conseguiu identificar a diferença?
Até aqueles pequenos consertos da casa também devem ser previstos no orçamento, pois sempre acontecem: uma hora é a torneira que quebra; outra, o liquidificador… Mas toda hora alguma manutenção da casa acontece, e não temos muito como fugir.
A lista é bem mais ampla e inclui material escolar, IPTU, IPVA, manutenção e seguro do carro, dentre outras muitas despesas. São valores que acontecem todos os anos e, justamente por isso, devem ser previstos também no orçamento.
Mas Leticia… O que seriam os imprevistos então? Um imprevisto é uma doença inesperada; um carro batido, tendo que pagar a franquia do seguro; uma geladeira que quebrou e tinha acabado de sair da garantia de fábrica. Esses, sim, são gastos extras, que não estavam previstos.
Para resolver o primeiro caso, devemos incluir uma média desses gastos no nosso orçamento e, para o segundo caso, temos que ter uma reserva de emergências.
Melhor prevenir do que remediar, não é mesmo? Assim diz o ditado!
Para conseguir guardar o montante necessário para a reserva, já poupe logo no dia em que recebe o seu salário, pois, se ficar esperando o fim do mês para guardar o que sobra, já sabe: acaba não sobrando nada.
Outra tática é aproveitar o 13º salário, o bônus ou PLR para guardar, visando à reserva de emergências. Ou ainda, quando receber um aumento, procure aumentar bem pouco o seu padrão de vida e utilize parte dessa diferença para poupar. Pense comigo: se você já vivia com o salário anterior, ficará mais fácil separar uma fatia do aumento para poupar, não é mesmo?
Você vai ver que ter uma reserva de emergências deixará sua vida mais tranquila. Você não precisará deixar de pagar uma conta, nem pegar um empréstimo quando o inesperado acontecer. Na minha jornada de quase 12 anos como planejadora financeira CFP®, não conheci ninguém que tenha se arrependido de ter juntado a reserva de emergências para lidar com os mais variados tipos de situações e imprevistos!