O Palácio Pedro Ernesto, no Centro, completou 99 anos no dia 21 de julho. A Rio-Casas & Prédios Antigos foi conferir essa arquitetura única a convite da Câmara de Vereadores, que ocupa o Palácio desde 1977.
Sua construção ocorreu entre os anos de 1920 e 1923, num terreno ao lado do que anteriormente era o Convento da Ajuda das Irmãs Clarissas. Desde sua inauguração, ganhou o apelido de “Gaiola de Ouro”, por ter custado aos cofres públicos o dobro do seu vizinho, o Theatro Municipal.
Foi projetado por Heitor de Mello e desenvolvido por Francisco Couchet e Arquimedes Memória. Recebeu o nome de Pedro Ernesto (1884-1942) em homenagem ao prefeito do Rio por dois períodos na década de 1930. É um dos principais exemplares da arquitetura eclética carioca, que mistura as concepções neoclássicas com outras usadas no período. A fachada frontal é uma referência à arquitetura francesa, marcada pela simetria dos dois corpos laterais mais altos (um com o relógio das horas e o outro marcando os dias). A varanda central é elevada com colunas duplas em sua maioria.
O interior do Pedro Ernesto é repleto de obras de arte, mobiliário de época, mármore grego verde e italiano rosa, esculturas de Corrêa Lima e pinturas de Visconti. A sala inglesa revestida em madeira de lei, o plenário coberto por um vitral de Rodolpho Chambelland e uma pintura central inspirada na fundação do Rio de Janeiro são alguns dos destaques.
Em 99 anos, essa construção já abrigou o antigo Conselho Municipal, foi sede da Prefeitura, do Ministério da Educação e da Assembleia Legislativa da Guanabara, em 1975. A visitação desse museu, em forma de Câmara dos Vereadores, acontece de segunda a sexta, das 10h às 15h30. O palácio conta com guias próprios para acompanhar os grupos. É um superprograma para quem gosta de arquitetura, política e história.
Fotos: Leonardo Martins