No encerramento da “I Semana Carioca da Diversidade Religiosa”, nesta sexta (21/01), no Museu do Amanhã, foi divulgado o lançamento do Circuito da Diversidade Religiosa do Patrimônio Cultural Carioca, onde os locais incluídos serão marcados com a tradicional placa azul, como já acontece com bares e nomes culturalmente importantes para a cidade.
Os três primeiros a receber a placa são o santuário do Seu Zé Pelintra, na Lapa — que já foi alvo de pelo menos três ações de intolerância religiosa desde o ano passado, com pichações e ameaças de destruição; as escadarias da Basílica do Santuário de Nossa Senhora da Penha; e o Monte Escada de Jacó, em Irajá. Todos simbolizam pontos de religiosidade, onde fazem orações, preces, rezas, oferendas e manifestações diversas nesses locais. “Nós já temos circuitos na cidade em homenagem ao rádio, ao teatro, a bares tradicionais. Esse é mais um que se junta ao nosso processo de valorização e divulgação do patrimônio cultural carioca”, diz Laura di Blasi, presidente do IRPH.
Também foram divulgados o lançamento de cartilha ligada ao tema e a criação de um conselho Municipal de Promoção da Liberdade Religiosa. “É impossível pensar no Rio sem pensar nesse tema. Não é só pela diversidade que já há no Rio, mas pela que queremos que exista na cidade”, disse Márcio de Jagun, da Coordenadoria-Executiva de Diversidade Religiosa (CEDR).
Segundo balanço do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, 26% das denúncias de intolerância registradas pelo Disque 100 em 2019 eram de ataques a templos ou adeptos de religiões afro-brasileiras.