Você leu aqui que as exposições pelos cinco anos da Casa Roberto Marinho celebravam também a amizade. Quem via o escritor João Emanuel Carneiro e a curadora Vanda Klabin na abertura de “A criação do Artista Popular,” na Casa Roberto Marinho, com obras reunidas pela antropóloga Lélia Coelho Frota, mãe do novelista, não poderia, talvez, imaginar que vão além da importância cultural.
Ali, no vaivém, muito passa despercebido, como a história de João com Vanda, exposta em fotos. Lélia e Vanda foram muito amigas: “Éramos muito próximos, e João Emanuel ficava muitas vezes na minha casa do Largo do Boticário, brincando com os meus filhos, sob a minha guarda, nas ocasiões em que Lélia estava sobrecarregada de trabalho. Tenho o João por perto desde que ele era pequeno”, diz ela.
Médico convidado comentava: “Por isso que ele escreve assim; olha a base que teve”, falando do João, depois de percorrer os salões, onde se via ainda mais uma história de amorosidade: a outra parte da mostra, “Gesto em suspensão”, com a produção de Maria Leontina (1917-1984), está ali também pela ligação de ambas: Lélia e Leontina, grandes amigas por quase 30 anos. “O casal Maria Leontina e Milton da Costa eram os maiores amigos de Lélia e padrinhos de seu único filho, exatamente o João Emanuel”, completa a curadora.