O livro “Como Com$eguir Um Homem Rico: dicas para encontrar amor e dinheiro”, de Jennifer Lobo e Regina Vaz, pode ser visto com olhar atravessado por alguns, no auge da luta pelos direitos iguais. Lobo, porém, faz questão de explicar: “Dinheiro pode não ser tudo na vida, mas a falta dele causa muitos problemas. Estar ao lado de quem se ama e que traga segurança financeira é mais que uma realidade moderna. A expressão ‘riqueza’ é mais abrangente do que parece. Menciono os ‘homens ricos’ em todos os sentidos, não me referindo exclusivamente ao poder econômico, mas à riqueza intelectual, espiritual, de experiências de vida”, diz.
Na publicação, a dupla ensina como evitar a perda de tempo com namoros sem futuro, além de desvendar como vivem, o que comem, como se vestem e as preferências dos homens ricos. “Ou seja, você não tem que escolher entre amor e dinheiro porque você pode e merece ambos”, finaliza Lobo.
A propósito, Jennifer, filha de paulistanos, mas nascida na Flórida, sempre teve uma quedinha pelo Brasil, mas foi em 2013 que decidiu ficar de vez em São Paulo. Para se manter, resolveu usar a experiência em Comunicação com a formação pelo Matchmaking Institute of New York e criar a plataforma de relacionamento virtual “Meu Patrocínio”, uma versão dos sites americanos que promovem a aproximação de senhores experientes, ricos e generosos com “mocinhas desamparadas”. Por lá, eles são chamados de “sugar daddy”, que se propõe a pagar faculdade, aluguel, prestações atrasadas e ainda a levar a “sugar baby” – como são apelidadas – para viajar. Sucesso total: hoje o site tem mais de 500 mil usuários e muitas histórias para contar.
Quem são os “sugar daddys” e as “sugar babbies”?
Eles são homens de meia idade, bem-sucedidos com uma vida profissional agitada. Isso faz com que eles não tenham tempo de ir a um bar conhecer pessoas; então procuram mulheres que entendam e acompanhem pessoas como eles: as ‘sugar babbies’, jovens e ambiciosas.
Sentiu uma diferença de pensamento entre Estados Unidos e Brasil?
Nos EUA, o conceito de relacionamento ‘sugar’ é muito difundido e aceito. Ao vir para o Brasil, percebi que havia uma demanda por relações baseadas na transparência e honestidade, com objetivos claramente definidos desde o início. Foi então que lancei o “Meu Patrocínio”. Aqui, ainda há muito preconceito, mas aos poucos vão percebendo as vantagens de poder contar com um site que proporciona o encontro de pessoas maduras, bem-sucedidas e determinadas a ter um relacionamento duradouro e com expectativas atendidas.
Por que decidiu escrever o livro?
Para contar minhas experiências e as histórias que acompanhei nos últimos anos, mostrar os caminhos para relacionamentos de sucesso, unindo amor e dinheiro. Mas, essencialmente, para mostrar que as mulheres, antes de qualquer relação, devem se valorizar, evoluir, se conhecer e estar bem consigo mesmas.
Não acredita que depender do marido seja um retrocesso?
Não, é uma questão de escolha! As mulheres buscam alguém para complementar e compartilhar das suas vidas e das suas expectativas. Alguém que acrescente, que invista na relação, afinal todos têm algo a oferecer. Antes, as mulheres não tinham a opção. O casamento significava formar uma família, depender do marido para tudo, aceitar infidelidades e ‘suportar’ o casamento até o fim da vida. Hoje, as mulheres podem dar uma guinada na vida quando a relação não estiver mais atendendo às suas expectativas.
Amor e dinheiro andam juntos?
Sim, andam juntos! As estatísticas comprovam que 57% dos divórcios têm como principal causa os problemas financeiros. Quando surgem, aparecem as brigas que podem destruir um relacionamento. O importante é manter um equilíbrio saudável entre o amor e o dinheiro.
Você é uma empresária de sucesso. Pensa assim também?
Sim, tenho um companheiro rico e bem-sucedido, o que não me torna uma pessoa dependente, muito pelo contrário. Sou empreendedora, tenho os meus sonhos e objetivos e luto por eles. O meu parceiro complementa a minha vida, com amor, incentivo e lealdade. Compartilhamos dos mesmos valores e temos uma parceria de vida.
Tem casos de sucesso na plataforma?
O site tem atualmente mais de 500 mil usuários e muitas histórias para contar, como a de um casal que conheci recentemente, Jairo e Fernanda. Ele, empresário, gaúcho, de 45 anos, cansado de aventuras, entrou no site buscando uma relação, uma companheira para a vida, alguém que fosse mais jovem – era o requisito principal. Depois de sair com algumas ‘babies’, Jairo encontrou Fernanda, de 24 anos. Desde o primeiro encontro, foi atraído pelo seu jeito simples, caráter e postura. Segundo ele, uma espécie de encantamento ao reconhecer que tinha encontrado a parceira ideal. Depois de alguns encontros, foi surpreendido com a notícia de uma gravidez. Hoje, ele confessa que ser pai era um dos seus desejos com a nova relação. Fernanda, de Criciúma, mudou-se para Porto Alegre, e o casal passou a morar junto em março de 2017. Quatro meses depois, chegou Catherine, o bebê que veio completar a alegria de um par formado através da nossa plataforma de relacionamento.
Como rebate as críticas?
Concordo totalmente com a necessidade de as mulheres buscarem a emancipação e independência. É o que muitas ‘babies’ desejam. Mas nem todas têm as condições necessárias para estudar ou iniciar uma carreira sem apoio. Aquelas que não contam com uma família rica que banque a faculdade, o seu negócio, não podem pensar em ter uma vida melhor? Como conseguir realizar os sonhos se o salário no final do mês não cobre os estudos e as despesas? Aceitar e abrir mão dos seus objetivos? Deixando de lado os pré-conceitos, a figura de um provedor pode ser encarada como um caminho para os objetivos de vida, para a descoberta de talentos adormecidos, para a oportunidade de novas vivências, para a independência. Que mal há em decidir como viver a própria vida sem julgamentos? Que mal há em querer estar com alguém que, bem-sucedido, proporcione, por exemplo, experiências de viagens inesquecíveis, algo que acrescente culturalmente? Não foi por isso que lutamos tantos anos? Lamentável é tirar da mulher o poder de decidir sobre como será a sua trajetória.