O documentário “Neville D’Almeida — cronista da beleza e do caos”, dirigido pelo crítico Mario Abbade, foi lançado nesse fim de semana, no Estação Net, e está em circuito nacional. Neville nasceu em Belo Horizonte, mas veio para o Rio há 50 anos para bagunçar a cultura nas décadas de 70 e 80, com filmes como “A Dama do Lotação”, “Os Sete Gatinhos” e “Rio Babilônia” e com isso, foi o cineasta mais censurado da história do audiovisual brasileiro, na era do Cinema Marginal.
O doc conta os bastidores desses longas e muitas passagens dele com Nelson Rodrigues. Depois da sessão, Neville fez um discurso emocionado sobre o tempo: “A gente fecha o olho, passaram 10 anos; dá mais cochilada e se passaram mais 20”. E sobre um dos depoimentos retratados, em que alguém falou que ele era evangélico, disparou: “As pessoas mentem”, fazendo o público gargalhar, e acrescentou: “Eu não sou evangélico. Eu fui criado na igreja em Belo Horizonte e sou protestante com muito orgulho. A arte é a religião de Deus”. Estavam lá, o ator Paulo Betti e a atriz paranaense Julianne Chaves, nova aposta de Neville para os seus próximos trabalhos.