Para provar que a música clássica tem seu público, o projeto Música no Museu, criado e dirigido por Sérgio da Costa e Silva, fecha 2017 com números importantes num cenário musical cada dia mais pop. Foram 420 concertos com 1.100 músicos e um público de 60 mil pessoas em apresentações no Brasil e exterior. O último do ano vai acontecer dia 27 de dezembro, com a orquestra de violões da Associação de Violão do Rio, no CCBB. Mesmo com o corte de verba em vários setores às leis de incentivo, o ‘Música’ resiste. “A gente tem incentivo das leis federal, estadual e municipal, que aprovam os projetos, mas não dão dinheiro. Reduzi os gastos, cortei equipe, e alguns músicos tocaram de graça para poder segurar tudo”, diz ele, admitindo que, se continuar assim, vai ter que acabar com o evento, que acontece há 20 anos.
Perguntado sobre o pouco espaço que tem a música clássica no Brasil e a ideia de “casar” o gênero à música popular para aumentar o público, ele é resistente: “Acho importante essa mistura, sim, porque o músico tipo popular evolui e acaba sendo músico clássico. O Ernesto Nazareth era um pianista e um compositor considerado popular e hoje virou um clássico”, diz, mas e Anitta, Pabllo Vittar etc? “É melhor não misturar – Anitta é momento e vai acabar. A Jovem Guarda teve seu momento e acabou. O que se torna clássico é o que fica perene, como Tom Jobim. Ninguém mais vai saber quem é Anitta daqui a 20 anos”. E mesmo com toda essa crise, Sérgio conta que já tem 15 concertos agendados para 2018.