Moradores de Ipanema e do Leblon ganharam o reforço da atriz Malu Mader, na manhã deste domingo (21/08), no Jardim de Alah, para o “abraço” simbólico pedindo a manutenção das características originais do lugar para quem vencer a licitação de revitalização. “Estou junto com os moradores, para sermos ouvidos. Não sou contra projeto nenhum, todos são bem-vindos, mas, para isso, tem que perguntar o que é importante para aquele lugar e aí, depois desse estudo, concluir e começar o projeto”, disse Malu.
Em julho, a Prefeitura começou os estudos para a concessão de uso do Jardim de Alah por 35 anos, recebendo algumas propostas privadas para revitalização, com licitação a ser lançada até setembro. No entanto, os moradores querem saber o que será feito, para que não descaracterize muito o lugar e que ali continue sendo um parque público com muita área verde. Eles pedem também a reabertura da Creche Mini Parque Monteiro Lobato, que atendia 300 crianças, principalmente filhos dos moradores da Cruzada São Sebastião. “Restauração Sim, Descaracterização Não”, diz o convite da manifestação.
Segundo a Prefeitura, o vencedor da licitação vai gastar entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões e, em contrapartida, poderá explorar 7.000 metros quadrados para serviços privados, como restaurantes, bares e áreas reservadas para shows e eventos pagos (dos 85.000 metros quadrados totais). “Acho ótimo que algumas pessoas estejam interessadas em revitalizar esse lugar. Moro em Ipanema desde muito nova e, sempre que eu passava aqui, ficava muito triste com o abandono. Só que os interesses apenas de um grupo não podem prevalecer sobre o interesse comum. Muita coisa pode ser feita, por exemplo, a instalação de uma biblioteca pública, porque a gente tem que estimular a arte. Sabemos que a cultura, a arte e o esporte salvam as comunidades da violência, do tráfico de drogas… Não precisamos de projetos megalômanos, mas continuar tendo paz e, se possível, cultura, arte e esporte”, resume Mader.
Inaugurado em 1938, com projeto do arquiteto francês Alfredo Agache, o Jardim de Alah já foi o auge dos encontros de famílias na década de 1950. Nos últimos anos, o cenário é de abandono – chegou a servir como canteiro de obras para a linha 4 do Metrô.