Para quem a cultura e as letras são tudo nesta vida, a livraria Blooks, na Praia de Botafogo, na noite dessa terça (12/11), era o melhor lugar do mundo. Iam chegando: Nélida Piñon, Merval Pereira, o casal Miriam Leitão e Sérgio Abranches, Zuenir Ventura, Cacá Diegues, Octávio Guedes, Joaquim Ferreira dos Santos (nomes por ordem de chegada) para o lançamento de “PorVentura”, novo livro de Mauro Ventura, e do selo 106 Crônicas (dos editores Omar Souza, Fernanda Zacharewicz e Gisela Armando), um passeio por ruas, feiras, delegacias, calçadas e, principalmente, pessoas do Rio.
Mauro ficou quase cinco horas dando autógrafo às mais de 300 pessoas. Foi um ótimo exercício para o escritor já que, no livro, ele ironiza suas distrações e dificuldades de guardar nomes e fisionomias (imagina com essa gente toda!); no caso, impossível escrever “querido (a), estimado (a), amado (a), consagrado (a)” ou qualquer coisa do gênero.
Quanto a isso, ele explicou a dinâmica: “O personagem mais importante numa noite de autógrafos não é o autor, nem o leitor: é o post it. Esse pequeno papel, em geral amarelo, que se cola numa das páginas internas do livro e que traz o nome da pessoa que vai receber a dedicatória, torna-se, naquela data, a maior invenção da humanidade; em especial, quando se trata de um escritor desmemoriado, como eu. Sou capaz de esquecer nomes de parentes, amigos próximos, celebridades. Não se espante se acontecer isso no lançamento. Sou desses”, diz ele em trecho de uma longa crônica que escreveu em suas redes sociais, uma espécie de pedido de desculpas antecipado para quem jogasse fora o post it, se achando íntimo. “Naquele vaivém, qualquer autor ficaria feliz”, observou uma convidada! Certamente, olha a cara do Mauro!